Jornalistas que acompanham a seleção albiceleste no Catar consideram que o médio é já o motor da equipa
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Vários têm sido os craques, atuais e já do passado do futebol argentino, a tecerem rasgados elogios às qualidades e exibições de Enzo Fernández, que se estreou a titular no último jogo, diante da Polónia, e até fez uma assistência para o 2-0, já depois de ter marcado no jogo anterior, com o México. Porém, passando da visão de quem tem a experiência de ver o futebol sobre o relvado para quem o divulga de fora, a análise não difere da linha que O JOGO tentou perceber com o contributo de três jornalistas que cobrem o dia a dia da seleção argentina no Catar. Resumindo, todos eles referem que o médio de 21 anos está no Mundial por "culpa" do seu talento, mas também da visão do Benfica.
"Enzo ganhou o lugar antes de ser convocado para a seleção"
"Ganhou o lugar antes de ser convocado para a seleção. Primeiro com o que fez no River Plate, que lhe permitiu ser transferido, mas, sobretudo, depois, a partir da sua chegada ao Benfica. Aí conseguiu muito em pouco tempo e, mesmo sendo um jogador jovem, não lhe custou nada a adaptação a um clube importante que joga a Champions. Isso foi decisivo para entrar na lista de 26 para o Mundial", analisa Leonardo Gentili, da Rádio La Red.
"Não é habitual ver um futebolista vestir a camisola do Benfica, com a exigências que tem, e "apropriar-se" da equipa como fez Enzo", refere Hugo Balassone, da Tyc Sports, adivinhando que o clube da Luz fará "uma das maiores transferências da sua história" e que Enzo está hoje "entre os melhores jovens do Mundial do Catar". Também Gustavo Yarroch, da ESPN, sublinha que o médio de 21 anos está no Catar "devido ao nível elevadíssimo que teve desde que chegou ao Benfica, com exibições notáveis no meio-campo, com assistências e golos na Champions". "Convenceu, veio, jogou e saiu ovacionado."
Este trio de profissionais também concorda que Enzo Fernández já deixou de ser apenas mais um na lista de 26 jogadores convocados por Lionel Scaloni. "Agora vai ser motivo de debate se tem de jogar a médio mais central da Argentina ou se tem de ser médio interior para que possa jogar mais adiantado e participar mais na fase de criação de jogo e chegar ao golo, como aconteceu frente ao México", analisa Hugo Balassone.
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Por seu lado, Leonardo Gentili acrescenta que a sua "formação, profissionalismo, busca pela excelência, talento natural e predisposição para crescer foram decisivos para que Enzo hoje se destaque". "Esses méritos permitiram-lhe não só ter um lugar no plantel, como de ser titular e figura com a camisola argentina e no Mundial."
Integrado no lote de 26 convocados, Enzo Fernández aproveitou o facto de "as coisas não terem corrido bem a Paredes no primeiro jogo [derrota com a Arábia Saudita]". "Fez a diferença quando substituiu Guido Rodríguez contra o México, por ter tido muita mobilidade, dinâmica e carregado jogo para a frente, que lhe renderam a titularidade frente à Polónia. Foi ele que funcionou como motor da seleção e aproveitou em todos os aspetos: recuperação de bola e construção, tendo feito a assistência para Julián Alvarez", analisou Gustavo Yarroch.
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