Belluschi faz a antevisão ao FC Porto-Benfica: "Um clássico tem sempre que ferver"

Fernando Belluschi, um brilhante fantasista que passou no FC Porto três épocas, encantando com grandes golos e distribuição de prendas. Passes à medida, de puro mel e maior encanto. Um mago argentino que apanhou o ano dourado de Villas-Boas, celebrou dois títulos nacionais e ainda uma Liga Europa. Os clássicos com o Benfica elevaram a dimensão do médio, pois, só em 2010, esteve em três jogos com as águias, venceu sempre, inclusive, participando como titular no 5-0. Marcou um golo que ainda é recordado como obra-prima e fez cinco assistências. Mesmo com um total de 113 jogos, os duelos com as águias são chamativos o suficiente para o deixar bem cotado no universo portista.

“Os clássicos são de uma galeria à parte, pela intensidade e energia que desencadeiam. Desfrutei muito de cada embate com o Benfica, marquei um golo maravilhoso que está na minha memória. Os adeptos do FC Porto brindam-me e enviam esse golo regularmente. É lindo ficar na cabeça de quem te viu jogar. Ainda houve essa noite inolvidável do 5-0. Jogos incríveis para a cidade e para cada jogador”, revela Belluschi, de 41 anos, preso no quarto como criança a recordar a magia de 2 de maio de 2010, nesse 3-1, na última época de Jesualdo Ferreira. Fecha contas, com golo de autor, mas antes assistira Farías e Bruno Alves.

“Esse golo libertou algumas das sensações mais lindas que tive no futebol, lembro-me da jogada, de ver a bola indefensável, dos abraços. Que alegria! E pelo meio esse túnel ao Pablo, que era um génio dentro e fora do campo”, admite, citando Aimar, que fazia parte da constelação argentina das águias, com Saviola e já Di María.

Belluschi, que ainda jogava a época passada no Estudiantes Rio Cuarto, não duvida dos argumentos do FC Porto e da sede de diminuir a desigualdade classificativa com rival direto.

“Acredito que o FC Porto vai ser protagonista, entrar com toda a intensidade na busca da baliza rival. Imagino muito toque, passes rápidos e grande emoção, sempre própria de um clássico que tem de ferver. Que seja um grande dia para os portistas”, explana o argentino, tendo um compatriota amigo do outro lado, que também levantou a Liga Europa em 2010.

“Ver o Nico [Otamendi] com essa camisola encarnada é estranho, mas ele faz parte da grande história do FC Porto. Isso não se apaga! O resto não posso comentar, são decisões de vida, familiares, que tomou, que devem ser respeitadas. É uma grande pessoa”, afirma Belluschi, treinado por Jesualdo, Villas-Boas e Vítor Pereira, colega de Hulk, Falcao, Lucho ou Moutinho.