Os responsáveis do clube alegam falta de clareza, por parte da SAD, sobre determinados valores constantes no Relatório e Contas e solicitar "inquérito judicial"
Corpo do artigo
O facto de não ter sido atendido o pedido do clube, na qualidade de acionista maioritário, para a suspensão da Assembleia Geral de acionistas da SAD do Belenenses, por 30 dias, realizada este terça-feira, para que fossem esclarecidos alguns pontos no Relatório e Contas, os responsáveis "reservam-se o direito de impugnar judicialmente todas as deliberações tomadas nesta Assembleia Geral" e explicam as razões em comunicado.
"O CFB colocou uma série de dúvidas e de questões fundamentadas, recebendo explicações que não foram consideradas satisfatórias, pelo que coloca em dúvida o suporte contabilístico das contas apresentadas. O CFB em face disso e enquanto sócio fundador da Os Belenenses, SAD, e seu acionista de referência, em virtude de não terem sido suspensos os trabalhos da Assembleia Geral, votou contra as contas apresentadas no que foi acompanhado por vários outros pequenos acionistas. CFB reserva-se ainda o direito de impugnar judicialmente todas as deliberações tomadas nesta Assembleia Geral" e ainda "reserva-se igualmente o direito de recorrer a um inquérito judicial relativo a estas contas, com todas as consequências legais daí decorrentes", lê-se no documentos, especificando o ponto que se " verifica nas contas a existência de um valor de 1.7 milhões de euros a título de acréscimos de rendimentos, não se compreendendo de todo as operações subjacentes a estes acréscimos, sendo que sem este valor o resultado do exercício seria amplamente negativo".
Por seu lado, o presidente da SAD do Belenenses, Rui Pedro Soares, considerou que se tratou de "um ano excecional" e que foi dado "mais um passo no sentido da estabilização financeira e credibilização" da sociedade anónima desportiva.
"As contas foram aprovadas com mais de 75% dos votos na AG. Estou muito contente com isso", afirmou aos jornalistas.
Rui Pedro Soares voltou a lamentar o diferendo que opõe o clube e SAD e reforçou que "há uma impossibilidade de diálogo" com Patrick Morais de Carvalho.
"Esta situação não é o melhor para o Belenenses, mas o tempo vai provar o que se está a passar e quem é o referencial de estabilidade e de bom senso", concluiu.