
Battaglia em ação contra o V. Guimarães.
Miguel Pereira/Global Imagens
O argentino tem mais do dobro de dribles efetuados no campeonato do que o somatório dos restantes cinco médios do plantel arsenalista; Battaglia regressou porque oferece progressão com bola.
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No final do jogo com o Moreirense, Jorge Simão explicou os motivos que levaram à substituição de Xeka por Pedro Tiba logo no arranque da segunda parte; o treinador revelou que pretendia um médio capaz de ligar com maior eficácia o jogo ofensivo da equipa, um jogador mais de transporte de bola, e a verdade é que o Braga melhorou com a entrada de Tiba. Pois bem, Battaglia é precisamente um jogador com essas características, um médio box-to-box, capaz de oferecer à equipa o que mais nenhum dos outros do atual plantel do Braga oferece: capacidade de progressão com bola, forte nos duelos individuais e facilidade em surgir nas zonas de finalização. A estatística do argentino no campeonato comprova esta tese, que se acentua drasticamente na comparação com os outros médios do plantel arsenalista, Mauro, Xeka, Vukcevic, Pedro Tiba e Bakic.
O dado mais forte está na capacidade de drible de Battaglia - a tal progressão com bola que Jorge Simão pede ao segundo médio da equipa -, tendo o argentino somado 25 (!) nos 14 jogos que realizou até ao momento no campeonato, um número superior ao dobro do somatório dos restantes cinco médios do plantel, que contabilizam apenas dez dribles bem-sucedidos esta época. Mas há outro dado curioso, ainda que este também esteja ligado à diferente abordagem que Braga e Chaves fazem aos jogos: dos seis médios, Battaglia é o que menos passes faz a cada 90 minutos (37) e o que menos vezes toca na bola (58), isto porque é um médio mais vertical, capaz de ganhar metros pela zona central, em vez de suportar o jogo na posse e no passe. O argentino ainda traz golos à equipa - marcou três na I Liga, contra nenhum dos outros médios do Braga - e, ao contrário do que possa parecer, capacidade defensiva: Battaglia tem uma média de 6,1 roubos de bola por jogo, num registo só superado por Vukcevic (6,4).
Em suma, as equipas de Jorge Simão pedem um médio mais de contenção (e há muitos no plantel) e outro mais de progressão, papel que caberá ao regressado Battaglia.
