Pedro Santos, único português campeão nos Estados Unidos, olha ao Mundial de Clubes e atenta especialmente no duelo com o Inter de Miami, de Messi, reservado aos dragões. Jogo imediato com o Palmeiras é que envolve mais cuidados
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Pedro Santos é a grande figura portuguesa da história da MLS, o único a gozar estatuto de campeão, então quando fez parte da caminhada dos Columbus Crew, em 2020. O fartote de 215 jogos também ajuda a vender as credenciais do antigo jogador do Braga, que saiu de cena da grande prova, aos 37 anos, para jogar na ULS, pelo Loudoun United, da Virgínia. O Mundial de Clubes não conduz o extremo a qualquer entusiasmo especial pela competição. "Pode trazer algumas pessoas aos jogos, ter alguma visibilidade para o exterior, mas não vejo que esteja a ser recebido com particular satisfação ou entusiasmo. O Mundial de futebol é que será de outro envolvimento, será capaz de atrair gente. Agora não vejo muito interesse, só mesmo os maiores colossos provocarão alguma adesão em função do nome. Nos restantes tenho dúvidas", afiança Pedro Santos, expondo razões que contribuíram para que a competição não alavancasse com maior base de apoio. "Os horários não são os mais fáceis, muitos jogos à tarde, os preços começaram altíssimos e só agora baixaram. As pessoas não têm particular interesse por jogos que não são das suas equipas. Depois é um conceito novo, o primeiro ano, não criou ainda qualquer ideia que garanta público", explica, lendo os estímulos possíveis, ou falta deles.
"Claro que um Real Madrid tem adeptos cá, mas não fará ninguém viajar de uma costa para outra", acrescenta Pedro Santos, curioso, no entanto, pelo que vão fazer FC Porto e Benfica na prova. "Não terão vida fácil, mas acho que podem concentrar-se em passar esta fase de grupos. Mesmo assim, vão ter bons adversários pela frente. Espero que façam uma gracinha e fiquem o maior tempo possível cá. Para mim será impossível ver qualquer jogo, são grandes distâncias. Quanto muito podia pensar nos jogos do FC Porto em Nova Jersey mas são mais de cinco horas de carro", relata, fixando-se no que pode dar o embate dos dragões com o Inter de Miami, de Messi, contra quem jogou, guardando em casa a camisola do astro argentino.
"Acho que o FC Porto tem todas as possibilidades frente ao Inter de Miami, apesar de apanhar pela frente Messi e Suárez. Eles não defendem muito, bastará ao FC Porto cancelar Messi e ganhará o domínio total do jogo. O Inter é uma equipa sempre muito partida, que dá muitos espaços, fraca a defender. Quem cortar a ligação entre Messi e Suárez fica com a vitória na mão", garante, alertando para outras dificuldades contra o Palmeiras do seu antigo treinador, Abel Ferreira. "Será o adversário mais difícil do grupo, com muita qualidade e organização tática", avisa Pedro Santos, um fã de Mora, de hoje, mas ainda anterior à afirmação na equipa A. "Gosto muito dele, sinceramente eu via a equipa B e andava surpreendido por não ter aparecido mais cedo. Acho que pode aproveitar bem este Mundial, ser uma peça influente e ajudar a equipa bastante. Estou feliz por ver que é um jovem que já agarrou uma regularidade e tem tudo para ser um caso sério do futebol", vaticina.