Treinador do Benfica destacou o desafio que é trabalhar uma equipa que joga "de três em três dias" e, embora satisfeito com a atual forma do plantel, recordou que esse é um ciclo inevitável.
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Trabalho das bolas paradas: "Sim, temos tentado aproveitar ao máximo tudo aquilo que é o treino. Aproveito também para vos comunicar que na nossa equipa técnica, é verdade que sou o treinador principal e é sobre mim que recaem as últimas decisões, mas, até em jeito de brincadeira digo que tivemos seis meses de equipa B para nos podermos conhecer e criar dinâmicas, mas, cada pessoa tem muito bem definido o que é a sua tarefa e, neste caso, tem sido um trabalho enorme do Nelson Veríssimo, Alexandre Silva, juntamente, agora, com o mister Pietra. O tempo é tão curto, as coisas a treinar são tantas e, cada um deles com a sua missão, o trabalho tem evoluído".
Uma equipa inteira: " Reforço também o facto de sermos agora uma equipa mais competente no momento da transição defensiva. Tem-se falado disso e, às vezes, quem não entende o que dizemos ou só lê os cabeçalhos fica com a ideia de o Benfica ser uma equipa de transições. E vocês já reconheceram isso, que nós queremos ter bola, construir a partir de trás e uma equipa só consegue ser ainda mais equipa tendo mais posse de bola. Só que, há a base disto tudo: e quando perdemos a bola, o que temos de fazer? Não há equipa nenhuma no mundo que queira ter bola e tenha uma transição defensiva fraca. E nós temos de trabalhar isso bem. Ou seja, quanto mais vezes recuperarmos a bola, mais vezes temos a bola. Quanto mais vezes recuperarmos a bola no meio-campo ofensivo, melhor, estamos mais longe da nossa baliza. Por isso, não vamos dividir as coisas, que estão muito interligadas. Temos feito essa análise: em termos ofensivos, a quantidade de vezes em que começamos a construir num corredor e chegamos ao outro. Mas, há também as transições orientadas: se forem a ver a forma os nossos médios começam a receber e a rodar; podemos também ser equipa de receções. Isto são pequenos princípios que, ligando à questão do jogo, que não se parte, são ricas. Foi notório, por aquilo que eu disse, a questão das transições. Agora, lanço o desafio de olharem também para as receções, a capacidade de explorar o espaço entre linhas e em profundidade"
Balanço de um mês à frente do Benfica: "Vocês estão sempre à procura das comparações, eu não consigo. Vejo uma transição defensiva forte, mas, também vi o Benfica fazer isso no início da época, nos primeiros dois meses fantásticos; recordo o jogo fantástico com o Borússia. Têm de perceber uma coisa: as equipas têm momentos e trabalhar numa equipa como o Benfica, que joga de três em três dias, às vezes, as coisas têm enorme dificuldade e ao longo das épocas vai haver momentos positivos e negativos. Há que ter a capacidade de superação para sair dos momentos mau. Seja comigo ou com outro qualquer, equipa que não treine perde coisas, não há hipótese. Imagine fazer um exame de três em três dias, o mesmo exame, de uma disciplina qualquer, e não estude, e depois vai ver as suas notas. Aqui, é a mesma coisa. Se deixamos de treinar, de criar o hábito no nosso jogo, as coisas vão-se perdendo. Bom é aproveitar o bom trabalho que foi feito, tentar recuperar o que já faziam e depois dar alguns inputs, nas transições defensivas, porque estamos a jogar de outra maneira e nas receções orientadas, sempre de uma forma equilibrada.