Antigo presidente do IPDJ volta a falar sobre a polémica do alegado favorecimento ao Benfica.
Corpo do artigo
Augusto Baganha voltou a falar esta segunda-feira sobre o caso das alegadas "pressões" do Governo para que o Benfica não fosse penalizado em determinadas circunstâncias, nomeadamente num processo sobre as claques do clube da Luz.
Em entrevista ao Porto Canal, o ex-presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) vincou as palavras que terão sido proferidas por Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação - "O Benfica está acima da lei. Nós não podemos tratar todos os clubes de igual modo. O Benfica tem mais adeptos do que a população de alguns países" - e garantiu que "há testemunhas" no inquérito que foi aberto pelo DIAP de Lisboa, depois de uma denúncia que chegou à Procuradoria-Geral da República.
"Há algumas pressões que não considero legítimas, que quando fui à comissão da Assembleia da República já tinha denunciado. (...) Sobre essas pressões e esse processo que, no fundo, denuncia essas pressões, existem testemunhas. É um processo que está a decorrer no âmbito da Justiça", começou por referir Baganha, prosseguindo:
"Penso que elas [pressões] já foram referidas, já vieram a público. Notas sobre o ministro da Educação? No exercício das funções que eu tinha, tinha por hábito tirar essas notas, como tal, tudo isso que me acabou de referir e perguntar encontra-se nesse processo. Ele há de ter o seu andamento e sobre isso haverá alguma decisão. Confirmo, eu tomei nota delas [das declarações] e como vos disse há pouco há testemunhas", acrescentou o ex-presidente do IPDJ, apontando a "algumas insinuações que não foram as melhores" da parte do Governo:
"Eu, como presidente do IPDJ na altura, regia-me pelo cumprimento da lei. Foi isso que eu fiz. Até tentei suprir alguns obstáculos que foram surgindo, foram desencadeadas algumas soluções. O Governo fez algumas insinuações que, enfim, não foram as melhores. Não me falaram de forma concreta [pedir para fechar os olhos]. O que os responsáveis governativos devem ter é esse princípio de cumprimento da lei. É atuar de forma isenta e imparcial. Tudo até aí tinham decorrido normalmente, foram aplicadas algumas coimas a outros clubes e ao Benfica. A partir de certa altura, vimo-nos cerceados de dar continuidade àquilo que eram as nossas competências", rematou Augusto Baganha.