Treinador do Boavista admite que é complicado contar apenas com uma mão-cheia de jogadores experientes e fazer crescer muitos jovens enquanto decorre a competição
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Orgulhoso pelo trabalho que os jogadores do Boavista têm feito, Cristiano Bacci admite, mesmo assim, que a época tem sido complicada, mas acredita que, no mercado de inverno, já vai contar com reforços. “A esperança é que os assuntos pendentes sejam resolvidos até janeiro. Para ser sincero, esperava que se resolvesse no verão e aceitei o desafio porque sabia que era um assunto que estava a ser tratado, mas não foi possível. No verão, saíram alguns jogadores para termos mais liquidez, mas não conseguimos saldar a dívida e não foi possível fazer novas contratações”, justificou o treinador italiano ao site “Tuttomercatoweb”.
Técnico italiano enalteceu o empate obtido em Guimarães (2-2) e pela forma como foi alcançado, lembrando que a verdadeira rivalidade do Boavista é com o Vitória e não tanto com o FC Porto.
Bacci lembrou as dificuldades que a equipa tem sentido. “Contamos com cinco a seis jogadores experientes da época passada, os outros são todos das camadas jovens. É muito complicado; esses cinco e seis têm de estar sempre bem e, no futebol atual, isso não é fácil. Os outros são jovens, fizemos nove estreias e eles precisam de tempo”, justificou.
Apesar das dificuldades, o Boavista está no 14.º posto, fora dos lugares de descida. “O objetivo é aguentar e não nos afastarmos muito da parte de cima da classificação, sobretudo para nos mantermos longe da zona de descida”, apontou o treinador italiano, ciente da importância do empate (2-2) alcançado na última jornada, em Guimarães, com os dois golos da equipa axadrezada a serem marcados no período de compensação. “Para nós é o clássico, com o FC Porto não há a mesma rivalidade. Conseguimos um bom empate, que também é muito importante, porque a forma como surgiu dá confiança”, assumiu o treinador de 49 anos.
“Itália é o meu país, mas a nível futebolístico não sinto necessidade de regressar. Há atraso em muitas coisas”
Cristiano Bacci tem encarado os problemas de frente, sempre sem desculpas, e continua entusiasmado. Quando lhe perguntaram se tem saudades de Itália, a resposta foi clara. “A minha família está em Itália, mas viajo há mais de dez anos e digo-vos uma coisa: continua a ser o meu país, mas a nível futebolístico não sinto grande necessidade de regressar. Com todo o respeito pelo futebol italiano, estamos atrasados em muitas coisas. Uma delas é o desenvolvimento e o crescimento dos jovens”.
Campeonato desnivelado e o bom exemplo dos bês
Num olhar à competitividade da I Liga, Cristiano Bacci fala de um “campeonato muito desnivelado”. “Há os três grandes, que são de outro planeta, vão à Europa e conseguem resultados importantes. Depois, há uma pequena faixa de equipas médias, como o Vitória, mas basicamente todas as outras jogam primeiro pela segurança”, justificou, enaltecendo ainda o trabalho das equipas bês. “Treinei em Portugal em 2015 [no Olhanense] e muitos dos jogadores que encontrei jogam agora na Premier League, ou ao mais alto nível”.