Nuno Santos, médio de 21 anos é um dos 19 reforços da revolução axadrezada. Está encantado por voltar ao clube da infância e não tem dúvidas que o tempo vai trazer uma equipa muito difícil de travar.
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Foi no Bessa que deu os primeiros toques e regressou nesta época, emprestado pelo Benfica. Nuno Santos, 21 anos, expressa-se como joga: sereno e com critério. Garante que é uma questão de tempo até que a qualidade do plantel do Boavista comece a ficar gravada nos resultados, e que ninguém duvida do caminho que está a ser traçado.
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O Boavista não foi o único clube interessado em si. Porquê esta escolha?
-Era fácil... É a minha casa, foi aqui que cresci. O projeto é muito ambicioso, a qualidade do clube está a voltar ao que merece. Podemos reparar que há obras constantes no estádio, no balneário, as infraestruturas estão a crescer imenso. As pessoas são fantásticas, os jogadores, a equipa técnica, o presidente. A partir do momento em que o clube me contactou, sempre estive inclinado para o Boavista. E aqui estou, contente da vida.
Como foi chegar a um balneário com tanta gente nova?
-Não é tão difícil para um novo jogador, porque já há um leque de jogadores novos tão grande que acaba-se por se integrar mais facilmente. Estamos todos a dar-nos muito bem, os resultados também vão aparecer, mas as ligações entre nós estão cada vez mais fortes. Com o passar do tempo e com as vivências que vamos ter entre nós, vai ficar cada vez mais fácil.
Disse que os resultados vão aparecer. Por que motivo ainda não aconteceu?
-Temos feito jogos muito positivos. Com o FC Porto, infelizmente o resultado não foi o melhor [0-5], mas também não fizemos um jogo que merecesse esse resultado. Com o Nacional e com o Moreirense acho que podíamos, sem dúvida, ter saído com os três pontos, fizemos por isso.
A primeira vitória pode ser um clique, um ponto de viragem?
-Não procuramos um ponto de viragem, porque confiamos no nosso trabalho diário e no da equipa técnica. É só uma questão de tempo para os resultados aparecerem, mas não estamos à procura de mudar tudo de um momento para o outro, até porque as coisas não são assim. Também não quero que me interpretem mal. Quando digo que estamos tranquilos, é no sentido em que confiamos muito no nosso trabalho.
Até que ponto esta paragem está a ser importante?
-Estamos a assimilar as ideias do treinador, a trabalhar no dobro das nossas capacidades e já estamos mortinhos para que chegue o próximo jogo.
Quais são as ideias que o treinador mais insiste?
-Um jogo muito positivo, creio que é visível. Um jogo atrativo, que procura ter muito a bola, valorizar o jogador e também está muito virado para a agressividade, a reação à perda da bola e a pressão constante no adversário.
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Quando o Boavista chegar ao patamar que pretende, vai ser difícil de travar?
-Nos jogos que tivemos até agora, os nossos adversários não podem dizer que foi fácil, porque não foi. Temos coisas a melhorar, como é óbvio e temos de manter as coisas boas, mas, quando estivermos todos nos máximos das nossas capacidades, vamos ser uma equipa muito, muito forte.
A construção deste plantel criou expectativas muito altas, entre os adeptos do Boavista e não só. Como é que têm encarado isso?
-É como disse, as expectativas são feitas pelas outras pessoas e pelos adeptos. Nós preocupamo-nos em fazer o nosso trabalho dia a dia, jogo a jogo e no futuro logo se verá o que pode acontecer ou não. O nosso foco está no trabalho diário. Temos estado abstraídos disso.
"EXPERIÊNCIA? ESTÃO UM BOCADO ENGANADOS..."
A casa da avó de Nuno Santos é testemunha do jeito precoce para o futebol. A carreira ainda está a começar, mas o médio já tem muito que contar e nem tudo foi fácil, especialmente quando se viu sozinho em Lisboa aos 13 anos...
Era um daqueles miúdos que andavam com a bola por todo o lado?
-Sim! Em casa tinha uma brincadeira para controlar a bola. Mesmo muito novinho, a bola não podia tocar em lado nenhum, até porque na casa da minha avó tinha lá muitas coisas fáceis de partir [risos]. Se eu partisse alguma coisa, ela dava-me na cabeça. Nunca parti nada.
Aos 13 anos muda-se para o Benfica. Como foram os primeiros tempos?
-Ao início foi fácil. Estava com muito entusiasmo, era todo um mundo novo. Fui sozinho. Nos primeiros dois meses, foi tudo muito bom. A partir daí, tive um período um bocado mau, porque começaram a chegar as saudades. A falta dos pais, de sair do treino e ter o apoio deles, a comidinha da mãe... Mas tudo se estabilizou e foi um período muito positivo na minha carreira, uma mudança importantíssima para estar aqui hoje. Tive de crescer e saber, mais cedo, o que é que a vida tem de bom e de mau. Não é ser melhor ou pior do que os outras, apenas é um crescimento diferente de um jovem que tem de se adaptar às circunstâncias.
As responsabilidades e expectativas dos jovens começam cada vez mais cedo e são cada vez maiores. O que é que isso tem de bom e de mau?
-Só coisas positivas. Quando se fala em experiência, as pessoas têm tendência a olhar sempre para os mais velhos. Acho que estão um pouco enganadas. A experiência advém de competições nacionais e internacionais, de vários contextos competitivos e de vivências. Creio que nesse aspeto a experiência é um bocado questionável. Aos 21 anos já passei por diversos contextos nacionais e internacionais e significou muito na aprendizagem e na minha evolução como jogador.
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