José Gomes, que em 2022/23 perdeu nos penáltis o play-off com o E. Amadora, sublinha a importância do fator psicológico
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Não há vencedores antecipados e cada jogo tem a sua história. Esta a máxima não se esbate nestes play-off , apesar da predominância de sucessos das equipas da II Liga. José Gomes, treinador do Al Fateh, da Arábia Saudita, que orientou o Marítimo no duelo decisivo com o Estrela da Amadora, em 2022/23, considera que estes êxitos “têm muito a ver com a dinâmica que as equipas que vão ao play-off constroem”. “A equipa que tenta subir traz uma dinâmica de vitória, o que significa que há confiança no processo, e a da I Liga, que acabou por cair numa quase despromoção, vem uma dinâmica menos positiva, com alguma falta de confiança. Não se trata da qualidade individual. Para reverter essa tendência, os seus jogadores têm de sentir muita confiança e o estado anímico tem de ser de excelência. Se assim não for, a favorita é a equipa da II Liga”, avisa.
O Aves SAD manteve vários jogadores que, na época passada, venceram o play-off com o Portimonense, detalhe que tem tudo para fazer a diferença. “Pode ser uma vantagem, porque nestes jogos a confiança acaba muitas vezes por se superiorizar à valia técnica. E a motivação deve ser a normal de quem vai disputar um título; estes jogos valem uma época”, frisou.
Numa análise retrospetiva, José Gomes garante que “se fosse hoje teria um maior rigor nas transições defensivas”. “Tivemos isso, mas devia ter sido mais vincado face à velocidade dos contra-ataques do E. Amadora”, sublinhou. E todos os pormenores contam, reforça. “A eliminatória foi decidida nos penáltis na baliza em que nós sabíamos que a relva levantava, e acabámos por não usufruir do fator casa. Ainda insisti quando foi a escolha do campo, disse que a relva estava mole, que quando o jogador colocava o pé de apoio a bola subia, e foi o que aconteceu”, lamentou.