Avançados do Sporting em hibernação: o impacto dos homens da frente e uma surpresa
O impacto dos homens da frente no melhor ataque da Liga é o mais baixo desde a temporada 1996/97.
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Líder do campeonato com o melhor ataque da competição, o Sporting tem-se revelado uma autêntica máquina de marcar golos, mas o rendimento dos avançados à disposição de Rúben Amorim tem deixado a desejar, valendo ao treinador a afinada (e surpreendente) pontaria de Pedro Gonçalves, o melhor marcador da prova, com nove tentos.
Sporar, Jovane e Tiago Tomás foram incapazes de contrair tendência de responsabilização dos outros setores que vem desde a saída de Bas Dost
Dos 21 remates certeiros dos leões nas oito primeiras jornadas apenas cinco deles tiveram o selo de Sporar, Jovane (ambos com dois) e Tiago Tomás (um). A matemática não engana e o peso dos avançados no pecúlio ofensivo da turma de Alvalade limita-se a 23,08%, a percentagem mais baixa dos últimos 24 anos.
Em 1996/97, num arranque marcado por seis vitórias nas primeiras oito jornadas, o Sporting comandado pelo falecido Robert Waseige marcou 13 golos e apenas três deles (23,07%) tiveram a marca dos avançados do plantel: Ouattara, Sá Pinto e Iordanov apontaram um tento cada um.
Em 2001/02, Mário Jardel, nesta mesma fase da Liga, levava 92,85% dos golos marcados
Esta temporada representou um ponto de viragem em relação ao final da década de 1990 e do início do século XXI, onde os leões tiveram avançados que marcaram a história contemporânea do clube de Alvalade. Figura no título conquistado em 1999/2000, Beto Acosta ajudou a colocar essa percentagem para a casa dos 50% e abriu as "portas" a Mário Jardel que, em 2001/2002, foi o grande responsável pelos impressionantes 92,85% de golos de avançados nas primeiras oito jornadas do campeonato, a média mais alta dos últimos 24 anos.
Mais tarde, com Liedson, Slimani, Montero e Bas Dost à cabeça, o Sporting contou sempre com avançados fiáveis que não deixaram os créditos por mãos alheias.
Surpresa: Pedro Gonçalves leva nove golos, sendo o melhor marcador da Liga; Baixa: Luiz Phellype continua a recuperar de uma grave lesão no joelho direito
Contudo, a saída do internacional holandês para o Frankfurt acabou por deixar um "vazio" na frente de ataque que os leões têm tido dificuldades em resolver. Já em 2017/18 foi este que levou os avançados às costas, ao marcar os quatro golos que valeram 25% do total e, já após ter sido transferido para a Alemanha, o conjunto dos seus sucessores ficou-se por 25,87% dos golos nas primeiras oito jornadas em 2019/20 e, agora, nos citados 23,08%. Para esta média também contribuiu a necessidade de adaptar Jovane ao corredor central face à intermitência de Sporar e à ausência do Luiz Phellype, que ainda não jogou esta época por estar em processo de recondicionamento físico após uma grave lesão no joelho direito.
Taça de Portugal trouxe um raio de esperança
Nas contas globais da época, a participação dos avançados para o pecúlio de 30 golos é ligeiramente superior (30%) à conta de um "reforço" vindo da equipa B. Lançado por Rúben Amorim no jogo da Taça de Portugal diante do Sacavenense, Pedro Marques bisou na goleada por 7-1 e mostrou que pode ser útil para as contas do técnico em 2019/2020. Autor de um golo na Liga, Tiago Tomás mostrou pontaria mais afinada na Liga Europa, onde marcou um golo a Aberdeen e outro ao LASK nas pré-eliminatórias de acesso à fase de grupos.