Nenhuma equipa de topo em Portugal tem as principais referências há tanto tempo sem marcar. E três jogos sem golos de avançados é caso raro
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Soares voltou a ficar em branco contra o Rangers, Zé Luís também não conseguiu entrar para marcar e Marega não jogou mas não vinha propriamente de uma série de golos antes de ser forçado a parar. Os resultados recentes do FC Porto e a crise real no ataque não têm necessariamente que ver apenas com os homens que têm como principal função fazer golos. Mas a verdade é que não há assim tantas equipas em Portugal que tenham os seus principais matadores há tanto tempo em jejum. Aliás, em Portugal, nenhuma das outras equipas europeias vive uma crise do género. Zé Luís não marca há 384 minutos, Soares e Marega há 258. E isto contabilizando apenas o tempo real em que cada um esteve campo.
Para se ter uma ideia, os principais avançados do rival, Benfica, Seferovic marcou no último desafio (em Lyon), Carlos Vinícius bisou no penúltimo jogo de campeonato (Portimonense) e até Raúl de Tomás "só" esteve em campo 107 minutos depois do primeiro golo que, a bem da verdade, demorou imenso. No Sporting há Vietto com jejum de 775 minutos, mas o argentino até joga mais nas alas do que no meio. Luiz Phellype, a principal referência, não marca há 133 minutos. No Braga, Paulinho e Wilson Eduardo marcaram aos Besiktas. Em Guimarães, Bruno Duarte fez o mesmo ao Arsenal e Bonatini leva apenas 40 minutos sem marcar.
Para efeitos de pesquisa, excluímos todos os avançados que não foram titulares em pelo menos um terço dos jogos
Se quisermos alargar a pesquisa e ir até Famalicão, o improvável terceiro classificado do campeonato, também encontramos avançados em grande forma: Toni Martínez e Anderson marcaram no último jogo (em Braga) que fizeram. Aliás, na I Liga portuguesa, só três conjuntos (Boavista, Santa Clara, V. Setúbal) não assistem a golos dos seus avançados de referência há mais tempo do que Sérgio Conceição.
Para se ter uma ideia, os principais avançados do rival, Benfica, Seferovic marcou no último desafio (em Lyon), Carlos Vinícius bisou no penúltimo jogo de campeonato (Portimonense) e até Raúl de Tomás "só" esteve em campo 107 minutos depois do primeiro golo que, a bem da verdade, demorou imenso. No Sporting há Vietto com jejum de 775 minutos, mas o argentino até joga mais nas alas do que no meio. Luiz Phellype, a principal referência, não marca há 133 minutos. No Braga, Paulinho e Wilson Eduardo marcaram aos Besiktas. Em Guimarães, Bruno Duarte fez o mesmo ao Arsenal e Bonatini leva apenas 40 minutos sem marcar.
Se quisermos alargar a pesquisa e ir até Famalicão, o improvável terceiro classificado do campeonato, também encontramos avançados em grande forma: Toni Martínez e Anderson marcaram no último jogo (em Braga) que fizeram. Aliás, na I Liga portuguesa, só três conjuntos (Boavista, Santa Clara, V. Setúbal) não assistem a golos dos seus avançados de referência há mais tempo do que Sérgio Conceição.
Zé Luís sem "o onze" para manter média
Dos avançados esperam-se golos e Zé Luís era o que melhor estava a cumprir esse desígnío até que o "ketchup" parou. O cabo-verdiano leva sete golos esta temporada, mas está em jejum desde 22 de setembro, quando marcou no triunfo sobre o Santa Clara para o campeonato. Já lá vão 384" em branco, sendo justo dizer que dos nove jogos que se seguiram a esse com os insulares, não saiu do banco em três e foi suplente utilizado em quatro.
Soares e Marega chegam a esta altura da época com quatro golos cada um, sendo que Tiquinho marcou ao Famalicão pela útlima vez, num confronto em que o jovem ponta-de-lança Fábio Silva também festejou. O português não tem sido, no entanto, uma opção recorrente. Quanto ao maliano, ofereceu a vitória em Vila do Conde a 29 de setembro e depois disso só jogou por duas vezes, estando ausente dos convocados há quatro partidas. Falta falar de Aboubakar que ainda não abriu a conta esta temporada, mas também é verdade que ainda só esteve em campo 18" pela equipa principal por ainda não se encontrar nas melhores condições fisicas. Fez ainda um jogo completo nos bês sem que tenha feito sequer um remate à baliza.
Três jogos sem goleadores a marcar é uma raridade
Desde o triunfo sobre o Famalicão que nenhum dos pontas de lança portista festeja. Já lá vão três jogos completos em que a equipa só foi capaz de marcar por duas vezes por intermédio dos centrais: Pepe [Marítimo] e Marcano [Aves]. E mesmo em Glasgow o único remate enquadrado com a baliza que contou - Soares teve um anulado por fora de jogo - foi do internacional português, que saiu lesionado no início da segunda parte. Na época passada, por exemplo, nunca o FC Porto esteve tanto tempo sem ver golos de atacantes. Ia estando uma vez, mas Adrián López salvou a equipa em Roma. É, por iss, obrigatório recuar até 2017/18 para algo do género. Aliás, entre março e abril de 2018, foram sete desafios.
Quebrar este registo negativo - que já vai em três partidas - no dérbi de amanhã é um dos grandes desafios da equipa, até porque um novo tropeção pode tornar muito complicadas as contas na corrida pelo título, mesmo que a procissão ainda vá no adro. Na época passada, recorde-se, os dragões venceram no Bessa com um golo de Hernâni apontado aos 90+5"...
Os modelos mais recentes pedem o regresso do habitual 4x4x2
Sérgio Conceição surpreendeu e jogou em 4x3x3 contra o Famalicão. De uma grande exibição nasceram três golos e promessas de mais, mas o que se seguiu não foi bom. Contra Marítimo e Aves, o FC Porto teve bem menos ocasiões de golo e marcou apenas um em cada desafio. Na Escócia ficou em branco, ainda que a jogar num 3x4x3, que também é uma novidade nos dragões. Ao todo, cinco golos em quatro partidas, à média de 1,25 por jogo e bem abaixo da média em 4x4x2: dois golos por jogo anteriormente. Ao todo, a cifra do FC Porto está em 1,83 golos marcados por desafio, pior média das épocas de Conceição (2,25 e 2,29 nas anteriores), que tem tido no ataque uma virtude.