Grimaldo, Pizzi, Rafa e Weigl vão, segundo quem os conhece de forma próxima, superar o ataque ao autocarro e casas.
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O Benfica volta a jogar esta quarta-feira, em Portimão, mas na mente do grupo de trabalho encarnado ainda irá estar o ataque ao autocarro da equipa após o empate a zero com o Tondela, na Luz.
Weigl e Zivkovic acabaram por ter de ir ao hospital enquanto as casas do técnico Bruno Lage e dos jogadores Grimaldo, Rafa e Pizzi foram vandalizadas. Entre o medo, a revolta e o regresso à normalidade, o plantel e, em particular, os elementos mais diretamente visados pelos atos de violência podem ser os mais afetados, mas, a O JOGO, diz quem os conhece de mais perto que a resposta dada em campo será positiva.
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"Pizzi, como capitão, tem de ser um elo forte e, se tem esse papel, é porque tem perfil de motivador. Claro que a mossa fica e o mal está feito, mas Pizzi vai, pela forte capacidade, da raça que tem, da sua origem transmontana e por estar habituado a sofrer, ser um grande motivador do grupo", defende João Eusébio, treinador que descobriu o extremo no Bragança ainda em tenra idade. O técnico apresenta um exemplo disso: "Lembro-me que, no primeiro de profissional, ele quis deixar de jogar futebol e estava já matriculado na Universidade de Bragança. No entanto, não desistiu e chegou onde chegou, com estímulos e motivação. Se isto o pode deitar abaixo? Se calhar, bem trabalhado ainda pode ser o reverso e dar-lhe muitas ganas."
"Pizzi, como capitão, tem de ser um elo forte. Bem trabalhado pode ser o reverso"
Conhecedor de Rafa, com quem trabalhou no Feirense em 2012/13, Quim Machado também acredita na reação forte do seu ex-atleta. "Nada disto é fácil, mas Rafa não é um jogador que se deixe perturbar. Tem a sua personalidade e acho que o que aconteceu lhe vai passar ao lado. Não vamos dizer que estas situações não mexem com uma pessoa, mexem de certeza e mexeu com todos os que estavam no autocarro. Mas eles são profissionais e vão concentrar-se no treino, no jogo e voltarão a competir normalmente", afirma o agora técnico do Vilafranquense, frisando: "No caso do Rafa, é um jogador de seleção e tem a capacidade de reação."
Também Grimaldo viu a sua casa vandalizada, mas o seu empresário garante que agora a sua prioridade é vencer. "Medo? Ele não me falou em nada disso. Quer é ganhar, pois sabe que é importante vencer o próximo jogo. No futuro poderão falar disto, mas agora ele e os outros jogadores querem é treinar e jogar. Não são situações agradáveis, mas não pensa nisso e sim no jogo", assegurou a O JOGO Ryan Harper. O agente frisou que o defesa espanhol "está tranquilo" e que "dentro de campo Grimaldo tenta esquecer-se do que aconteceu", pois "o objetivo é ganhar a Liga".
Já fonte próxima de Weigl, ele que foi um dos atletas atingidos pelos vidros estilhaçados e pelas pedras lançadas ao autocarro, garantiu também que o alemão se sente bem e a treinar sem problemas.