"Aursnes ainda não fez exibições de 20 valores, é um jogador sempre nota 15 ou 16"
Versatilidade com rendimento do camisola 8 da Luz impressiona. Silas, antigo médio e agora treinador, realça que o atleta "é uma mais-valia e um sonho" para qualquer técnico. Frisa a certeza nas ações do jogador, que subiu as entradas na área e os índices de passe de 2021/22.
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Cumprido o castigo com o V. Guimarães, Aursnes volta a estar à disposição de Roger Schmidt e é forte candidato a entrar no onze diante do Rio Ave, forçando o técnico a mexer na equipa para colocar um jogador que tem vindo a ganhar estatuto de águia ao peito. A suspensão por amarelos terminou uma série de 16 partidas seguidas como titular de um médio que, sublinha Silas, "é claramente um sonho para qualquer treinador". "É uma mais-valia para qualquer plantel. Tem tido um rendimento muito, muito elevado e em várias posições", ressalva o antigo médio ofensivo e agora técnico a O JOGO.
Ao serviço da Noruega, Aursnes declarou ter sido "um pouco caro", face aos 13 milhões, que podem chegar a 15, pagos pelo Benfica, mas Silas desvaloriza a questão. "Quando se é caro criam-se expectativas mais altas, mas ele tem correspondido. Joga à esquerda, como segundo avançado, à direita ou como médio", frisa, destacando precisamente o que considera ser a grande qualidade do camisola 8 da Luz: "A versatilidade com eficácia. É muito importante. Ainda não fez exibições de 20 valores, mas também não faz de 4 ou 5, é um jogador sempre nota 15 ou 16. É importantíssimo para o Benfica, sempre muito assertivo quando joga."
Com uma taxa de utilização de 63,3 por cento, apenas atrás, entre os reforços, dos 65,4% de Bah, o ex-Feyenoord é, para Silas, "um jogador muito fino". "Para jogar neste Benfica tem de ser muito fino. Pode não ser tão vistoso como outros, mas tem ações muito eficazes. Por isso é que joga sempre", afirma.
Além de oferecer soluções a Roger Schmidt para cumprir várias funções, Aursnes, realça Silas, "dá constantes boas linhas de passe, tem último passe, chegada à área e em todas as posições sabe o que fazer". A influência ofensiva tem ganho peso sob o comando do técnico germânico, já que o internacional norueguês tem jogado mais à frente. Como consequência disso, o número de toques na área disparou de 2021/22, no Feyenoord, para esta época. Em média, segundo a plataforma de análise Wyscout, dava 0,8 toques nessa zona do terreno por cada 90 minutos. De águia ao peito passou para os 2,8, mostrando-se mais importante a permitir possibilidades de finalização aos colegas: de 0,7 entregas para remate tem agora 1,1. E tornou-se mais... eficaz no capítulo do passe. Passou de uma média de 84,8% para os 88% - as entregas longas dispararam dos 51% para os 62 por cento e para o último terço a subida foi praticamente semelhante, aumentando dos 72,9% para os 83,6%.
Finalização é capítulo para evoluir
Com um golo no Benfica, Aursnes admitiu que pode melhorar nesse capítulo. Silas concorda, mas realça que o atleta tem um ponto a seu favor. "O importante é que apareça na área, e ele tem isso. Digo-o aos meus filhos, e um deles é médio ofensivo, e também aos meus jogadores que são médios. É muito importante chegar à área", afirma, dando até o exemplo de João Mário, atual líder dos goleadores na Liga. "Participa muito e bem no processo ofensivo, constrói muitas jogadas. Podia ter mais golo, pode melhorar, faz parte da evolução como jogador. Depois pode ser mais fino nessa área, como o João Mário, que evoluiu nesse sentido."