Augusto Inácio despede-se de Gomes: "Desaparece um grande homem, capitão e jogador"
O ex-futebolista expressou os seus sentimentos com a partida do bibota de ouro.
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Augusto Inácio falou, este domingo, sobre o falecimento de Gomes.
O treinador e ex-futebolista, que, atualmente, desempenha a função de comentador desportivo, não escondeu as emoções ao abordar a partida do bibota de ouro. "São sempre momentos complicados e difíceis. Desaparece do nosso convívio um grande homem, um grande capitão e um grande jogador e isso mexe sempre com qualquer pessoa. Guardo a memória de um grande colega de balneário e capitão, que tenho uma enorme pena que não tenha estado presente na final de Viena [em 1987], porque contribuiu muito para lá chegarmos. Merecia", salientou.
E prosseguiu. "É daquele tipo de jogador, que se olharmos bem para o futebol mundial, não encontramos muitos como ele. Era exímio, tinha um faro pelo golo, descobria espaços onde ninguém se apercebia e marcava muitos golos. Perdeu-se um grande valor do futebol português e do futebol mundial, já que era reconhecido internacionalmente. Vejam no YouTube como ele jogava e marcava golos. Basta ver e ouvir as pessoas de outros clubes a falar do Fernando para se perceber o respeito que têm por ele. Ao longo de uma carreira inteira soube construir uma boa imagem enquanto jogador, mas enquanto homem também. É uma perda não só para o FC Porto, mas também para o futebol nacional, porque penso que ganhou o respeito de todos os clubes e como pessoa também. Ganhou o respeito de todos os clubes", realçou.
Augusto Inácio, de 67 anos, destacou também o papel de Gomes enquanto capitão de equipa. "Nas nossas reclamações e reivindicações, ele dava a cara. Quando alguma coisa não corria bem, era o primeiro a dar o grito de incentivo. Nos treinos, para nos aplicarmos cada vez mais, porque no FC Porto um empate era uma derrota e só a vitória interessava, tinha sempre palavra de capitão e líder perante um grupo que era bom, mas ficava melhor com as palavras dele. Houve um jogo em que jogámos com o Dínamo Zagrev em casa, precisávamos de ganhar e, aos 87 minutos, ele marca o golo, na baliza norte. Ele começou a correr na minha direção, eu abro os braços para o abraçar, mas ele finta-me e vai a correr pela pista para saudar os adeptos. No final, chamei-lhe a atenção por me ter ignorado e ele disse que "já estava cego, não via nada e só queria saudar os adeptos". Ele vivia o golo e o FC Porto como ninguém", concluiu.
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