Golos são precisos para chegar ao título, mas do quarteto goleador só Rafa não vive a pior seca.
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Em busca do título que foge desde 2018/19, o Benfica encara a reta final do campeonato com uma vantagem de quatro pontos e com o melhor ataque da prova (além da defesa menos batida).
No entanto, os golos têm sido um problema recentemente no plantel às ordens de Roger Schmidt, nomeadamente entre aqueles que mais se destacaram ao longo da época nesse capítulo.
Gonçalo Ramos (25 golos), João Mário (23), David Neres (12) e Rafa (12), que assumiram papel de relevo ao longo de 2022/23, estão a atravessar longos jejuns de golos, o que tem tornado mais difícil a vida aos benfiquistas. Este quarteto ocupa os quatro primeiros lugares no ranking de golos do plantel das águias na presente temporada e foi o único que já superou a dezena de golos. Mas neste momento três destes futebolistas passam pela maior seca da época: Gonçalo Ramos (515 minutos sem faturar), João Mário (644") e Neres (508"). Só mesmo Rafa (em branco há 733") já esteve em 2022/23 num período superior longe dos festejos. Ainda assim, é precisamente aquele que entre estes quatro não fatura há mais tempo.
A realizarem a sua melhor época no que diz respeito a golos marcados, Gonçalo Ramos e João Mário, que até dividem a liderança dos goleadores na Liga Bwin, viram agora o frasco de ketchup fechar-se. O último a celebrar foi o ponta-de-lança, que fez o 1-0 em Vila do Conde, oferecendo os três pontos ao Benfica antes do clássico com o FC Porto, partida a partir da qual não mais marcou. São seis jogos e já quase mais 200 minutos do que a anterior seca: 515" para 328 minutos, que caíram com um bis ao Sporting, em janeiro. Recentemente, o internacional português garantiu não estar com falta de confiança, mas a sua relação com a baliza contrária está mais difícil. Nos 37 jogos realizados antes desta fase somava 110 remates (2,97 vezes por jogo), com 48,2 por cento dos tiros enquadrados. Já nas seis partidas que leva sem golos fez oito tentativas (1,33/jogo) e apenas uma enquadrada (12,5%).
João Mário, por sua vez, contabiliza sete jogos em branco, com 644 minutos a distarem do último golo, ao Vitória de Guimarães, no 5-1 na Luz.
Menos utilizado, David Neres, que tinha como anterior pior registo os 344" do início do ano, vai agora em oito desafios e 508" sem faturar, algo que fez com o Marítimo, no 3-0 na Madeira. Rafa, que falhou esse jogo devido a uma gripe, não marca há 733", com o último golo a ser contabilizado ante o Brugge (5-1), na Luz, para a Champions. Ainda está longe, contudo, dos 967 minutos que já passou em 2022/23 sem finalizar na perfeição.
Responsabilidade agora partilhada
Face ao menor rendimento apresentado pelos principais goleadores do plantel encarnado, os últimos golos têm sido em menor número do que era habitual e absolutamente partilhados. Isto porque depois da série de três jogos em branco (FC Porto, Inter e Chaves, todos com desaires), o Benfica marcou seis golos, todos da autoria de diferentes futebolistas. O reencontro com as balizas deu-se em Milão no 3-3 com o Inter, na segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, que não evitou a queda da prova milionária. Aursnes fez o primeiro do embate em San Siro, seguindo-se António Silva e Musa. Na partida seguinte, com o Estoril, foi Otamendi a vestir o fato de goleador, fazendo o golo que valeu o triunfo sobre os canarinhos (1-0). Já no fim de semana passado, em Barcelos, houve mais dois marcadores: Chiquinho quebrou a resistência do Gil Vicente ao fazer o 1-0 e mais tarde seria Grimaldo a selar o triunfo por 2-0, através da marca da grande penalidade.
Curiosamente, destes seis últimos golos marcados pelo Benfica quatro foram de cabeça. Aursnes e António Silva colocaram a bola no fundo da baliza de Onana dessa forma, seguindo-se, com o mesmo gesto técnico, Otamendi e Chiquinho.
Média de golos caiu a pique
As dificuldades atuais do Benfica na hora da finalização são evidentes na queda dos números entre os primeiros 45 encontros da época, Rio Ave incluído, e os seis desafios seguintes. No primeiro período, o emblema orientado por Roger Schmidt contabilizou 113 golos, numa média de 2,51 por cada partida. Desde o clássico, ou seja, frente a FC Porto, Inter (por duas vezes), Chaves, Estoril e Gil Vicente foram apenas sete disparos certeiros, três deles com o Inter em Milão. A média caiu para... 1,16 golos por jogo.