Ataque de prego a fundo: produtividade ofensiva do FC Porto é a melhor na era Conceição
Subida global da produtividade ofensiva permite aos portistas marcarem com uma regularidade que só os colossos Bayern e Liverpool conseguem superar, nos principais campeonatos do Velho Continente
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O "futebol vistoso" e "mais bonito" que Sérgio Conceição garante ver o FC Porto praticar esta época está a ter a devida correspondência na hora de atirar à baliza. A média de golos (2,6) com que os portistas fecharam a 11.ª jornada do campeonato é a melhor desde que o treinador assumiu a equipa e uma das mais exuberantes das principais ligas europeias - a do Benfica é de 2,5, enquanto que a de Sporting e Braga é de 1,6.
O crescimento desta produtividade ofensiva, que o treinador já salientou em fases de menor eficácia, ficou mais evidente nas últimas três jornadas, em que os dragões marcaram três ou mais golos a Tondela, Boavista e Santa Clara, respetivamente. A série é uma das mais longas com Conceição na principal competição interna, só superada por uma com a extensão de cinco encontros em 2017/18, temporada que terminou com os azuis e brancos a conquistarem o título.
A evolução apresentada pelo FC Porto explica-se, essencialmente, pela maior capacidade para criar situações flagrantes de golo. A média dos dragões nas quatro primeiras temporadas de Conceição andou sempre próxima das três, mas em 2021/22 essa barreira foi superada, até porque têm passado muito mais tempo com a bola nos pés do que o adversário.
Os atuais 66 por cento de posse de bola não só são um máximo com o treinador, como figuram como o melhor registo no campeonato português - a do Benfica está nos 65%, a do Sporting nos 59% e a do Braga nos 56%. Por isso, não se estranha que com tantas jogadas prometedoras os azuis e brancos estejam também a rematar mais do que no passado. Note-se que nem todos os disparos acabam em golo, porque além de atirar à baliza é preciso superar o guarda-redes.
Contudo, a quantidade de vezes que têm acertado no alvo aumenta exponencialmente as hipóteses de serem bem-sucedidos, como, de resto, tem acontecido.
Embora a média de golos nas primeiras oito jornadas (2,3) do campeonato fosse auspiciosa, foi nas três mais recentes (3,3) que o ataque do FC Porto demonstrou um aproveitamento superlativo. E com um forte contributo dos avançados. Dos dez disparos concretizados com Tondela, Boavista e Santa Clara, nove saíram dos pés dos homens mais adiantados.
Taremi e Luis Díaz fizeram três cada, Evanilson dois e até Danny Loader (requisitado à equipa B) se juntou à contabilidade, com um (Boavista) - o outro pertenceu a um médio (Sérgio Oliveira). Com isto, os azuis e brancos chegaram à tal média (2,6) que os coloca entre as melhores equipas do top 6 do ranking da UEFA. Os colossos Bayern e Liverpool são os únicos com uma marca superior, mesmo disputando campeonatos teoricamente mais fortes do que o português. Aliás, os 3,6 golos por jogo dos alemães são mesmo impressionantes, já que os restantes clubes presentes no top 10 ficam umas décimas abaixo de três.