
Nuno Santos marcou um golo ao FC Porto, o seu único esta época, mas podia ter festejado muitos mais
LUSA
O Sporting até tem melhor média de remates por jogo esta época, mas são menos letais. Amorim identificou o problema e confia em melhorar os números, que com o Marítimo bateram no fundo
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O Sporting está a ter dificuldades visíveis na finalização e para resolver jogos, apenas conseguiu marcar nas duas últimas partidas da Liga Bwin de grande penalidade e os números não enganam: há uma quebra na eficácia e em particular nos jogadores da frente de ataque.
Na época do título os avançados tiveram mais peso no total de golos marcados e as dificuldades que estes registam em 2021/22 afetam o aproveitamento global das oportunidades
Em relação à época passada, que foi de grande sucesso e serve como exemplo a seguir para alcançar de novo o êxito em 2021/22, salta logo à vista que o Sporting tenha apenas 14 golos apontados em 9 desafios oficiais, quando há um ano com o mesmo número de jogos já ia nos 21.
E não é por falta de tentativas que os leões não faturam tanto esta época pois o número médio de remates por jogo até subiu, de 12,26 para 13, 11. É mesmo a pontaria que está a ficar aquém. A eficácia dos leões está em queda, descendo de 15,9% em 2020/21, para apenas 11,8% em 2021/22. O arranque de temporada não foi mau, com uma eficácia de remate de 16,6% na Supertaça contra o Braga, e depois de 21,4% contra o Vizela e de 40% contra o Braga, ambos na Liga Bwin. A partir daí é que começou a custar mais marcar, seguindo-se seis partidas sempre com 10% ou menos (o Sporting bateu o seu mínimo no último jogo, com o Marítimo, com apenas 5% de eficácia, graças a um golo em 20 remates, segundo a plataforma estatística Wyscout).
"Temos de fazer mais golos, temos de melhorar a finalização, é visível para todos. Mas gostaria de destacar o domínio de jogo"
E este cenário negro de enormes dificuldades para conseguir festejar um golo em grande parte se deve aos jogadores que atuam no trio de ataque. Estes, se em 2020/21 tinham um peso de 71,9% nos golos da equipa, agora apenas representam 64,2% (nove golos, contra cinco de médios e defesas). Pote, com quatro golos, continua a ser o mais certeiro e sem dúvida que a equipa se ressentiu da sua ausência nos últimos quatro jogos. O melhor marcador do campeonato no ano do título é seguido por Jovane, Paulinho, Palhinha e Porro, com dois, e por Gonçalo Inácio e Nuno Santos, com um. Ainda é cedo e apenas foram disputados nove jogos, mas os sete marcadores desta época ainda são número curto na distribuição de golos comparando com os 18 da época anterior.
"Para os adeptos é escasso, querem mais golos e vão tê-los. Vamos melhorar"
Sem reforço para concorrer diretamente com Paulinho, Amorim tem recorrido a Coates como o "pinheiro" para os momentos de aflição e na última partida teve intervenção na jogada que dá o penálti. Mas o técnico tem o problema identificado e até já prometeu aos adeptos mais golos e menos apuros para resolver jogos. "Temos de fazer mais golos. Temos de melhorar a finalização, é visível para todos. Mas gostaria de destacar o domínio de jogo. O ano passado tínhamos mais dificuldade em assentar o nosso jogo e melhorámos. Vamos melhorar e os golos acabarão por surgir. Este resultado dá força, mas claro que para os adeptos é escasso, porque querem mais golos e vão tê-los", disse no final do jogo com o Marítimo.
Marcar no fim já não é tendência
Se o título de 2020/21 se deveu em grande parte a triunfos obtidos nos instantes finais dos jogos, com inúmeras alusões à estrelinha que acompanhava o Sporting, em 2021/22 a tendência mudou e apenas no último jogo se verificou um golo nos descontos (e em 14 golos apontados, apenas há mais um golo dentro dos 15" finais). Assim, os leões marcaram esta época seis golos na primeira parte (1 até aos 15", dois dos 16" aos 30" e três dos 31" ao intervalo) e oito na segunda (três dos 46" aos 60", três dos 61" aos 75" e dois dos 76" até ao fim do jogo).
