Assembleia Municipal da Maia ratifica alienação dos terrenos da academia do FC Porto
A proposta, ratificada por maioria, com sete votos contra, do PS, e oito abstenções
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Depois de aprovada pelo executivo da Câmara, a Assembleia Municipal da Maia ratificou esta segunda-feira a alienação em hasta pública de de terreno, na freguesia de Nogueira e Silva Escura, destinado à construção da academia do FC Porto.
A proposta, ratificada por maioria, com sete votos contra, do PS, e oito abstenções (quatro do PS, dois do Bloco de Esquerda, um da CDU e um do PAN), deverá ser publicada em Diário da República até amanhã, iniciando-se então um período de 20 dias seguidos para a apresentação de ofertas. O valor base de licitação é de 3,36 milhões de euros.
Bragança Fernandes, presidente da Assembleia Municipal, anunciou, antes da discussão deste ponto, que “todas as pessoas singulares ou coletivas que desejem podem efetuar proposta para compra”.
A deputada Cristiana Carvalho revelou que o PS não votaria “a favor desta proposta”, por considerar, por exemplo, que “o valor por metro quadrado é manifestamente inferior à medida no mercado”. Já David Tavares, deputado independente, questionou “como é possível chamar-se academia do FC Porto se o FC Porto ainda não comprou nenhum terreno?” “Nunca vi uma hasta pública onde antes dela ser feita já há projetos aprovados. O presidente do FC Porto já vai apresentar a maqueta na quarta-feira”, alertou. “Se mais tarde o comprador for impedido de fazer a obra por causa dos pareceres, qual o custo para o benefício? Levanta dúvidas a todos os maiatos, não teria mal nenhum, mas não desta forma, há muitas dúvidas”, defendeu.
Silva Tiago, presidente da Câmara da Maia, afirmou que “este projeto, atendendo à sua magnitude, engloba qualquer coisa como 380 hectares, do tamanho da parque Expo”, garantindo que “tudo está a ser feito com rigor e com as maiores preocupações de transparência, na defesa de interesses públicos”. O autarca maiato disse ainda que “não pretendemos dar nada a ninguém, estes terrenos custaram-nos dinheiro, tivemos de os pagar”. “Não nos devemos misturar com candidaturas, não somos um clube ou uma entidade. Somos uma Câmara Municipal, não temos que nos imiscuir nessas coisas, nem paralisando as coisas, nem acelerando, estão no seu curso normal e natural, no cumprimento das regras e das práticas. Estamos a vender por mais do dobro do que comprámos”, assegurou.