Trabalhado no Benfica a pensar na Taça da Liga como desafio, ganhou espaço com a saída de Enzo. Manuel Monteiro, que o treinou nos sub-19 do Leixões, diz que "transformou-se de um 10 para 8".
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Saído da sombra após a transferência de Enzo Fernández para o Chelsea, Chiquinho tem vindo a cimentar a sua posição no onze de Roger Schmidt e prepara-se para chegar aos 100 jogos na Liga. A aventura começou a 12 de agosto de 2018, ao serviço do Moreirense, num desaire por 1-3 com o Sporting, e desde então bem se pode dizer que Chiquinho viveu uma autêntica transformação. Isto porque mudou de funções, assumindo agora uma posição mais recuada no campo.
O camisola 22 superou o teste imposto por Schmidt, que viu na Taça da Liga o momento certo para analisar a sua resposta na dupla de meio-campo, e como sublinha a O JOGO Manuel Monteiro, que o orientou nos sub-19 do Leixões, "Chiquinho transformou-se de um 10 para um 8".
"Está um jogador diferente, muito mais intenso a jogar, com outras preocupações defensivas e quando perde a bola reage logo à perda. Ganhou muito mais como jogador, aprendeu a jogar de outra forma os jogos, algo importante para a sua carreira", refere Manuel Monteiro, que chegou a ver em Chiquinho qualidades não de Zidane, como admitiu Roger Schmidt, mas de Deco: "Às vezes comparava-o a Deco, porque era muito forte e evoluído tecnicamente e pelas suas funções em campo. Mas Deco era muito mais 10 e Chiquinho agora é um 8."
"Está um jogador diferente, muito mais intenso a jogar, com outras preocupações defensivas "
O antigo treinador do camisola 22 encarnado destaca também algo que teve de trabalhar então. "Era muito bom tecnicamente, mas precisava de crescer defensivamente. Já nessa altura preocupámo-nos com essa questão. Ele corrigiu essas lacunas, mas agora está ainda melhor e já consegue jogar até num meio-campo a dois", atira, admitindo ter "ficado surpreendido" pelo facto de Roger Schmidt "já o ter colocado até a jogar como médio mais defensivo". "Comigo jogava como 10, segundo avançado ou até extremo, nunca o imaginei a jogar ali. Mas fá-lo muito bem", confessa, defendendo que o técnico alemão "soube trabalhá-lo e explorar as suas capacidades".
O nosso jornal sabe que Schmidt, já apontando à provável ausência de Enzo Fernández durante o Mundial, começou a preparar Chiquinho para jogar num meio-campo a dois com antecedência, a pensar na Taça da Liga. A ideia do treinador foi aproveitar a competição para tirar a dúvida sobre a possibilidade de contar com o atleta como opção credível para outros voos. A resposta foi positiva e o futebolista de 27 anos vai-se agarrando ao onze, que integra de forma consecutiva há cinco jogos, desde a saída de Enzo.
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