É a terceira final a quatro em 12 edições da prova, que tem algumas regras próprias. Uma semana de futebol em Braga, com os quatro primeiros classificados do campeonato a disputarem entre si um título que, agora, todos querem ganhar. Mas foi preciso mudar o rosto da coisa.
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A última fase da Taça da Liga arranca terça-feira com o Benfica-FC Porto, seguido pelo Braga-Sporting, na quarta, jogos marcados para as 19h45. É a terceira final a quatro, dentro do novo modelo de competição implementado pela Liga de Clubes, já sob a presidência de Pedro Proença, com a primeira edição no atual formato a decorrer no Algarve em 2016/17.
As quatro equipas estão obrigadas a inscrever na ficha técnica de cada jogo pelo menos cinco jogadores que tenham sido efetivos ou suplentes num dos dois jogos oficiais imediatamente anteriores.
Nesse ano, apesar de alguma crença que o modelo havia sido montado para favorecer as equipas mais fortes, o vencedor foi o Moreirense, que bateu na final o Sporting de Braga por 1-0, eliminando o Benfica na meia-final por 3-1. Na época passada, o Sporting bateu na final o Vitória de Setúbal por 2-1.
Ou seja, mesmo nessa perspetiva de "favorecimento", apenas esta época a organização viu juntarem-se na final-four da Taça da Liga as equipas mais cotadas dos últimos anos no futebol português. E comecemos por aqui, no que diz respeito às regras da mais jovem competição profissional, que vai concluir a sua 11.ª edição.
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Conforme os regulamentos, depois de duas fases a eliminar, com a entrada em campo, primeiro, das equipas da II Liga e, depois, dos classificados da I Liga do quinto lugar para baixo (contas da época anterior), a terceira fase é jogada pelos sobreviventes das fases prévias mais os quatro primeiros classificados do ano anterior, cada um destes como cabeça de série em quatro grupos. O vencedor de cada grupo apura-se para a final-four.
Mas esta não é a única particularidade da prova, por comparação com as restantes competições. Não há, por exemplo, participação das equipas B e o VAR só é usado na final-four, tendo em conta que as equipas da II Liga não têm infraestruturas preparadas para o sistema. Porém, o facto de a última fase ser num estádio considerado campo neutro (mesmo que o apurado seja a equipa que habitualmente joga nesse estádio, como é o caso do Braga, este ano) permite a utilização do VAR.
Os prémios são distribuídos de forma equitativa nas várias fases da prova. A organização cativa 75 por cento das receitas (comercial, publicitária e direitos de TV) para distribuição parcelar ao longo da prova: 1.ª fase, 10%; 2.ª fase, 16%; 3.ª fase, 45%, meia-final, 15%; final, 14%. Por exemplo, o prémio do vencedor é apurado pelo acumulado das fases que disputou.
Os emblemas semifinalistas são também obrigados a incluir no onze inicial, em cada jogo, pelo menos dois jogadores formados localmente.
Nos três jogos agendados para Braga (22, 23 e final a 26 de janeiro), o desempate será feito por penáltis logo após os 90 minutos regulamentares e as quatro equipas estão obrigadas a inscrever na ficha técnica de cada jogo pelo menos cinco jogadores que tenham sido efetivos ou suplentes num dos dois jogos oficiais imediatamente anteriores.
Os emblemas semifinalistas, como acontece nas fases anteriores, são também obrigados a incluir no onze inicial, em cada jogo, pelo menos dois jogadores formados localmente, e ambos têm de ser utilizados em pelo menos 45 minutos do jogo, salvo em caso de força maior. Quaisquer impedimentos de força maior devem ser comunicados à Liga.
Por fim, as questões disciplinares: as sanções aplicadas no âmbito de outras competições e que estejam a ser executadas são aplicáveis nos jogos da Taça da Liga, mas a mesma não serve para limpar cartões amarelos de outras provas e vice-versa, mesmo em caso de acumulação de cinco amarelos imediatamente antes de um jogo desta competição.
AS REGRAS DIFERENTES DA TAÇA DA LIGA
- Duas eliminatórias, uma fase de grupos (três jornadas) e final a quatro.
- Quatro primeiros classificados da época anterior são cabeças de série.
- Competição fechada às equipas B.
- VAR implementado apenas na final a quatro.
- Final a quatro disputada em campo neutro.
- Distribuição de prémios por fases e em função do mérito.
- Cartões amarelos não contam entre competições.
- Desempate por grandes penalidades ao fim dos 90 minutos.
- Dois jogadores formados localmente em pelo menos 45 minutos.
- Obrigatórios cinco jogadores de entre os constantes das fichas dos dois jogos anteriores.
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Campeão de Inverno e direitos de TV centralizados
As alterações no modelo competitivo da Taça da Liga obrigaram a uma nova roupagem comunicacional. Desde logo, o vencedor passou a denominar-se "campeão de inverno". E aproveitou-se uma maior liberdade da organização em termos televisivos, pois é a única competição em que a Liga gere de forma centralizada os direitos da prova. Também por isso, em termos de regulamentos, os semifinalistas e os finalistas estão obrigados a conferências de Imprensa de antevisão, que no campeonato são só um hábito e não uma regra.
Benfica soma sete títulos
A equipa da Luz impôs-se nas 11 edições anteriores. A taça que agora todos querem ganhar foi quase sempre conquistada pelo Benfica, que ainda não o fez com o novo modelo competitivo.
O primeiro vencedor da Taça da Liga foi o Vitória de Setúbal, finalista na época anterior. Em 2007/08, o médio Sandro, capitão dos sadinos, ergueu o troféu da prova estreada no mandato de Hermínio Loureiro, enquanto presidente da Liga de Clubes.
O último capitão a levantar o caneco foi Rui Patrício, do Sporting, depois de uma aguerrida final, na época passada, precisamente contra os sadinos (1-1 no fim do tempo regulamentar e 5-4 no desempate por penáltis).
Benfica, Sporting e Braga querem repetir o feito e o FC Porto procura a primeira vitória na prova
Pelo meio, sete vitórias do Benfica: quatro seguidas, entre 2008/09 a 2011/12 e de 2013/14 a 2015/16. Pelo meio, o Sporting de Braga (2012/13) venceu na final o FC Porto, por 1-0.
Já no modelo atual, com eliminatórias em duas fases, seguida de uma fase de grupos e de uma final a quatro, o Moreirense bateu o Sporting de Braga, no Estádio Algarve, em 2016/17, por 1-0, com um golo marcado por Cauê. A equipa de Moreira de Cónegos fez história ao conquistar o primeiro título de campeão de inverno, designação adotada para anunciar o vencedor da prova, que se disputa na "reviravolta" do campeonato nacional.
De malas feitas para Braga, onde a competição permanecerá até à próxima temporada, o Sporting saiu vencedor, ainda sob a batuta de Jorge Jesus, amealhando o único título de futebol profissional que ainda não tinha no seu palmarés.
Seguem-se quatro grandes vontades: Benfica, Sporting e Braga a quererem repetir o feito e o FC Porto à procura da primeira vitória na prova.