As motivações e objetivos de Lourenço Pinto: "Não podia recusar o convite de Pinto da Costa"
Lourenço Pinto explica a O JOGO os motivos da saída da AF Porto e da entrada na lista do presidente em exercício para líder da MAG.
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Ao fim de 13 anos como presidente da AF Porto, Lourenço Pinto decidiu desligar-se daquela associação. O advogado foi o escolhido por Pinto da Costa para entrar na sua candidatura como presidente da Mesa da Assembleia Geral do FC Porto [em substituição do demissionário Matos Fernandes], convite que que o deixou honrado, porque considera que o líder do clube portista "merece ser seguido e respeitado".
João Rafael Koehler decidiu não avançar e Nuno Lobo tem até quinta-feira para apresentar as assinaturas, pelo que, para já, Pinto da Costa vai ter apenas um concorrente às eleições : José Fernando Rio também formalizou ontem a ida a votos e será o segundo sócio do FC Porto a concorrer contra Pinto da Costa desde 1982. Ainda na lista do atual presidente, Jorge Guimarães passa de vice-presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar para candidato a presidente daquele órgão e Rui Moreira é, como O JOGO já havia dado conta, o cabeça de lista ao Conselho Superior.
Como recebeu o convite para entrar na lista de Pinto da Costa como presidente da MAG?
-Só fui convidado pelo presidente Pinto da Costa quando ele veio a saber que eu não continuaria na AF Porto. Foi um convite que me honrou muito, que me deixou muito satisfeito e que nunca poderia recusar, porque uma solicitação de Pinto da Costa é uma solicitação de um homem amigo, um homem de bem, que merece ser respeitado e seguido. Por isso, disse que sim com muita satisfação, porque presidir à MAG do meu clube é uma situação que me enche de alegria, até porque sou sócio da instituição há muitos e muitos anos.
Que objetivos tem como presidente da MAG se a lista pela qual concorre vencer as eleições?
- Seria uma honra e uma responsabilidade enorme suceder a homens como Ponciano Serrano, Sardoeira Pinto e Matos Fernandes. Todos os sócios do FC Porto têm de pensar que a história é um conjunto de factos que marcam esse mesmo período de tempo e que leva a nossa consciência debruçar-se sobre ela. Mas ele não pode amarrar-nos a um passado histórico. Temos um presente e um futuro. A minha sensibilidade, a do presidente e a dos restantes órgãos diz que o passado é passado; não conta títulos, não conta atos, nem conta nada. O que conta é uma perspetiva de renovação de atuações, ideias, linhas programáticas e, se possível, seguir um caminho diferente, embora com o mesmo fim. Ou seja, um FC Porto forte, coeso, vencedor e que se imponha na sociedade portuguesa pelo seu virtuosismo, pela sua força, glória e vontade de vencer.
Que postura poderão esperar os sócios do FC Porto se for eleito presidente da Mesa da Assembleia Geral?
- Sou uma pessoa dialogante e pacífica. Os sócios conhecem-me bem e penso que a AG dará o contributo necessário para que o FC Porto siga o seu caminho em harmonia e numa solidariedade ativa e perfeita com o presidente, para que essa unidade possa ultrapassar as dificuldades que nos venham a surgir. Ao fim ao cabo, temos de respeitar o passado e a história, porque um homem sem memória é um homem sem história,. Mas temos de ter a sensação de que o presente haverá de ser um bocadinho diferente, para que o futuro seja o melhor possível. É nisso que vamos pensar: numa união perfeita entre a AG, presidente e órgãos sociais, mas contando sempre com um contributo extraordinário dos sócios, que são brilhante e aplaudem todos os dias, semanas, meses e anos para galvanizar os nossos atletas. Esperamos uma AG forte, que possa contribuir com a sua união para a união do FC Porto.
"Ser presidente da AF Porto foi um trabalho atraente, dedicado e muito esforçado, em que tive de me devotar para levar a missão avante com todas estas dificuldades."
Por que motivo decidiu deixar a AF Porto nesta altura?
- Porque, segundo a minha interpretação jurídica, já tinha exercido três mandatos. Um primeiro mandato como presidente da Direção e, depois, mais dois na qualidade de presidente da Associação, que é um órgão diferente. Logo, se interpretarmos isto de modo racional, os três mandatos não estariam preenchidos. Porém, para que pudesse cumprir rigorosamente as normas jurídicas e estatutárias, decidi, há algum tempo, pôr termo a esta situação, dando a conhecer aos clubes e aos meus dirigentes. Foi por isso que, ao longo do tempo, andei a tentar preparar um elemento que me sucedesse, para que desse continuidade ao trabalho que foi feito e, se possível, melhorá-lo.
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