"Artur Jorge está mais contido, Conceição está igual, competitivo e irrequieto"
O antigo defesa-esquerdo Lino pisou o Jamor em 1997 numa final ganha pelo FC Porto ao Braga, com Artur Jorge como companheiro e Conceição como rival direto
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Lino é um lateral-esquerdo com marca no futebol português a partir das épocas de 1ª Divisão no Braga e no Chaves. Pelo meio, entre transmontanos e minhotos, ainda assina pelo FC Porto de Robson, mas não se afirma nas Antas, construindo depois uma história bem sucedida no 1º Maio, onde foi defesa-esquerdo dominante durante três temporadas, conseguindo realizar a melhor campanha em 1997/98, um total de 41 jogos, quando os guerreiros atingem o Jamor e disputam a sua primeira final da Taça de Portugal frente ao FC Porto, marcada por derrota por 3-1.
Um encontro que tinha, então, em cada lado da barricada, os dois técnicos que, agora, vão esgrimir argumentos por um desfecho feliz no Jamor. Lino era companheiro de Artur Jorge e tinha como rival direto, Sérgio Conceição, adversário que tinha de condicionar e domar.
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"O Artur era um central agressivo, já um líder na altura, características que vejo nele como importantes hoje. Um pouco mais calmo do que era, penso que ainda não é bem o próprio, parece-me mais contido, fazendo uma gestão das emoções. O Sérgio Conceição segue igual, competitivo e irrequieto, sempre a querer desestabilizar o adversário, fazendo o seu comando com grande entrega e alma maior", retrata Lino, que até travou lances viris com Conceição no Jamor, enervado o jovem extremo em alguns momentos.
"O Braga, naquela altura, já se aproximava dos grandes mas sem a mentalidade interna de hoje. Lembro-me que quando defrontávamos o Benfica não sabíamos bem quem era do Braga ou Benfica", invoca Lino, passando um olhar ao choque, de agora, entre dragões e guerreiros.
"É um jogo especial, de fim de época e as duas equipas sonham acabar com chave de ouro. É uma grande oportunidade para ambos...mas o campeonato que fizeram, muito aproximado, diz-nos que não há favoritos.
"Eu sou contratado pelo FC Porto ao Chaves a pedido do Robson. A época começa em julho, eu passo por uma operação ao joelho em outubro e depois de recuperar sou emprestado ao Braga sem ter feito um único jogo pelo FC Porto. Mas lembro a ambição tremenda, os mais velhos como exemplos e os treinos eram como jogos da Liga dos Campeões. Já o Braga organizava-se para chegar acima, teve de começar pelas mentalidades. O fervor pelo clube enraizou-se naturalmente", explica.
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