Declarações de Artur Jorge, treinador do Braga, na antevisão ao jogo em casa do Benfica, para os oitavos de final da Taça de Portugal. Apito inicial às 20h45 de quarta-feira
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Depois de ter usado a expressão "são lances que fazem a diferença entre ganhar e perder", para definir uma perdida de Abel Ruiz pouco antes do V. Guimarães gelar a Pedreira com o empate da autoria de João Mendes, Artur Jorge saiu numa defesa veemente do espanhol, detetando campanhas detratoras e terríveis para o espanhol nas redes sociais.
"Podíamos ficar aqui muito tempo a falar disso. Sobre os problemas de memória curta e sanidade mental. Não podemos cobrar ou exigir, a pessoa mais triste que ficou pelo momento foi o Abel. É certo que foi um momento que faz a diferença entre ganhar e perder jogos mas temos de ter cuidado", alertou, ampliando o exercício de consciência. "Quando falo em memória curta é lembrar as vezes que o Abel foi importante para nós, ainda não era treinador e conhecia a sua importância. Não podemos aproveitar um lance para fazer um julgamento. As coisas, por vezes, fogem da mão e até parece que vale tudo! São jogadores, homens e chefes de família, que dão o melhor em prol da equipa. A minha confiança no Abel é de 100 por cento, ou 200! Já o era, quando estava cá o Banza. Sei da capacidade que ele tem, não reduzo o bom jogo que fez a uma perdida. O futebol tem estas coisas, algo incontroláveis. Por isso é tão apaixonante", disse.
"Não podemos condenar quem quer que seja, não aceito que façam isso aos meus, sou o maior defensor dos meus jogadores. Da próxima vez que o Braga ganhar vamos ganhar todos!", salientou, discorrendo a questão com mira mais precisa. "Há um tema forte que é a saúde mental mas pomos muitas vezes a cabeça na areia para seguir em frente. Estamos num mundo de faroeste, mas as armas estão atrás dos computadores, nas redes sociais!", acusou Artur Jorge. "Trabalho imenso com os meus jogadores, aspetos individuais e sinto esse desconforto da parte deles. A saúde mental tem impacto na performance dos jogadores. Queremos todos ver corpo são e mente sana para retirar o máximo potencial de todos. A responsabilidade nem sempre é do atleta, é da forma como é bombardeado. Essa não é a melhor forma de acarinhar os nossos", aferiu.
Abel Ruiz, refira-se, apontou apenas dois golos na atual temporada, atravessando uma crise de confiança.