Artur Jorge reconheceu problema "na mão" ao confrontar-se com a saída de Al Musrati para a Turquia nesta fase da época. Declarações na antevisão ao jogo com o Sporting, às 18h00 de domingo
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Artur Jorge não fintou a saída de Al Musrati, confessando-se apanhado de surpresa, mas prevenido para qualquer situação, face às contingências de mercado e à necessidade do Braga ser vendedor.
"Confesso que, nesta altura, não pensaria perdê-lo, mas estava consciente que o mercado estava aberto, era um jogador muito cobiçado. Só não vinha jogando tanto porque esteve três meses parado por lesão. Mas isto faz parte do meu trabalho, de aceitar como é o projeto do Braga. Tenho exigência máxima, ambição máxima mas também há esta necessidade de vendermos ativos que acabamos por potenciar aqui", sublinhou o treinador dos guerreiros, reforçando o apreço pelo médio e pela história feita no clube em três épocas e meia.
"Era um jogador que queria, que qualquer outro treinador queria, é de enorme valia. Nesta altura ele está contente, o clube contente, o treinador nem por isso!", ressalvou. "Faz parte do meu desafio, internamente terei de tentar preencher este espaço, que ficou mais vazio com a saída do Al Musrati". reconheceu ainda, analisando a gestão do mercado feita em todo o processo, contando com as saídas também na linha média de Castro e André Horta.
"Falei quando foi altura sobre as saídas de Castro e André Horta, sobre gestão e negócios não posso falar. Sou só treinador, temos a gestão de um presidente com 20 anos disto. E já por si define as coisas. Quanto ao mercado houve uma posição que tentamos preencher e não foi possível. Não conseguimos. Acabamos de perder o Al Musrati, porque é um negócio que agrada ao clube e jogador, fica o treinador na mão", admitiu, seguramente tocando na questão de um central, que muito impacto teve nas escolhas de jogo para jogo no passado recente. Sobre a negociação com o Besiktas ter deixado o Braga desfalcado de jogador vital a meio da época, Artur Jorge recusou qualquer quebra nas aspirações internas. "Mas isto não vai determinar qualquer abordagem daqui para a frente. Conquistamos um título, a Taça da Liga, mas temos muita época para jogar. Não vamos diminuir com o que quer que seja a nossa ambição ou abordagem ao que falta da temporada, temos ativos para valorizar e classificações a disputar. É nesse sentido que vamos estar em competição", prometeu, tentando também dar corpo ao seu papel no clube.
"Quando falo muito das expetativas, temos essa exigência de ganhar, de resultados mas acompanha-nos essa necessidade de vender. E as vendas acabam sempre por acontecer, tem acontecido também em anos anteriores. Sei que faz parte do projeto e agora tenho mais um desafio pela frente, de tentar fazer que as saídas se façam sentir menos importantes, embora possamos dizer que estamos perante um jogador acima da média, que era dos melhores médios da Liga Portuguesa", reforçou.