Segundo o central Diogo Careca - natural da Feira, mas nos Açores já há dez anos - a equipa do Lusitânia, estreante na Liga 3, tem qualidade para se manter neste escalão, apesar do mau arranque.
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O Lusitânia é um dos dois clubes estreantes nesta Liga 3, a par do Amarante, que está na outra série da prova. Os amarantinos lideram a classificação e estão a ser uma surpresa, mas os açorianos estão em último lugar, ainda sem vitórias e com apenas um ponto, ao fim de quatro jogos. Contudo, na primeira eliminatória da Taça de Portugal, frente a outro emblema açoriano, o S. Roque, o Lusitânia conquistou a primeira vitória (2-1), com uma reviravolta no prolongamento, que, na opinião de Diogo Careca, pode ser um ponto de viragem. “A receita foi encarar o jogo com a máxima seriedade, porque na Taça costuma haver algumas surpresas e nós preparámo-nos para não sermos surpreendidos”, explicou o central. “Esta era a vitória que faltava para o clique e dispararmos rumo a uma época que todos queremos que seja positiva”, acrescentou, encarando com bons olhos a possibilidade de encontrar outro grande na Taça, como aconteceu no ano passado, com a receção ao Benfica.
A competir pela segunda temporada no Lusitânia, o jogador, de 34 anos, é o mais velho do plantel e acredita que a equipa tem qualidade para se afirmar neste escalão. “O clube está em crescimento, tem um bom projeto e está a cimentar-se a cada dia que passa. Apesar de o início não ter sido o mais desejado, estamos preparados para o que aí vem, e o objetivo passa pela permanência”, afirmou, convicto de que o plantel tem qualidade, assim como o treinador Pedro Caneco, que rendeu Ricardo Pessoa, agora no Portimonense. “Mantivemos uma base de 12/13 jogadores que já mereciam jogar num patamar acima e fomos buscar malta com alguma experiência de Liga 3 que nos pudesse ajudar a atingir os objetivos. Quanto ao treinador, é competente, tem alguma experiência e já o conhecia, por ter treinado na ilha”, destacou.
Natural de Santa Maria da Feira, Diogo Careca vive há dez anos nos Açores, tendo passado também por Praiense e Fontinhas. “Este é um ambiente mais calmo do que no continente. Arranjei namorada, entretanto casei, tive uma filha e quero viver aqui”, explicou.
Construção civil e alcunha Careca
Diogo Martins é conhecido por “Careca” no mundo do futebol, alcunha que já tem quase 30 anos. “Quando comecei a treinar nas camadas jovens do Arrifanense havia vários Diogos e como eu era o único com cabelo curtinho, começaram-me a chamar assim”, explicou o central, para quem Pepe é “a principal referência”.
Além de ser jogador, Diogo trabalha também na área da construção civil, admitindo que não é difícil conciliar as duas vertentes. “Há dias e dias, depende do serviço, mas tenho conseguido fazer as duas coisas. No plantel do ano passado, havia mais três jogadores nestas condições, mas este ano sou o único que tem outro trabalho”, revelou.