Árbitros podem apitar até aos 50: "Salvo a exceção, muito elogiosa, de Nuno Almeida"
O atual limite de idade dos árbitros está fixado nos 45 anos e, anteriormente, podia estender-se até aos 48, caso o CA da FPF concordasse. A partir de agora, pode expandir-se por mais dois anos.
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José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), confirmou, segunda-feira, que, de acordo com o novo regulamento de arbitragem, os árbitros portugueses vão poder continuar em atividade até aos 50 anos. "Hoje, os árbitros têm uma longevidade profissional que se estende por mais anos, a exemplo, aliás, do que acontece com qualquer atleta. Faz, pois, todo o sentido adequar essa capacidade à carreira dos árbitros e permitir que, quem tiver condições físicas e técnicas, possa continuar a dar o seu contributo", afirmou o dirigente.
O atual limite de idade dos árbitros de futebol está fixado nos 45 anos e, anteriormente, podia estender-se até aos 48, caso o CA da FPF concordasse. A partir de agora, com a medida implementada, a carreira dos árbitros pode ser prolongada por mais dois anos. Segundo a FPF, "a medida mantém o seu caráter excecional e terá de ser autorizada pelo Conselho de Arbitragem, desde que o árbitro tenha idade inferior a 50 anos no dia 1 de julho do ano civil do início da época em causa". Além desse requisito, "o árbitro deverá estar em plenas condições físicas e ter uma avaliação de desempenho positiva e adequada às exigências competitivas".
Fontelas Gomes salientou que este prolongamento "depende, obviamente, da vontade do árbitro e da avaliação que o CA fará da performance e níveis físicos do árbitro", enaltecendo as vantagens desta iniciativa, dada "a enorme experiência acumulada e do conhecimento do jogo que daí advém". Esta possibilidade, que já entrou em vigor em Itália, abrange os árbitros de todas as categorias.
Três árbitros com mais de 45 anos
Do atual quadro de 22 árbitros das competições profissionais portuguesas, quatro já atingiram ou ultrapassaram os 45 anos: Nuno Almeida (47), Rui Costa (46), Manuel Mota (46) e Manuel Oliveira (45). Já entre os 40 e os 44 anos há cinco árbitros: Artur Soares Dias (43), Tiago Martins (42), Hélder Malheiro (42), Fábio Veríssimo (40) e André Narciso (40). Na faixa etária compreendida entre os 30 e os 39 anos, concentra-se a maior percentagem, com 12 árbitros. O único que tem idade inferior a 30 anos é Miguel Nogueira, da Associação de Futebol de Lisboa (29).
Jorge Coroado: "À sombra da bananeira"
Esta iniciativa compreende-se em função das dificuldades e das limitações existentes. Contudo, tratando-se de uma medida excecional, ela só deveria ser aplicada no caso de os árbitros convidados serem, efetivamente, elementos de reconhecida competência. Lamentavelmente, não é o que se tem visto, salvo a exceção, muito elogiosa, de Nuno Almeida. Desde que não seja para os árbitros viverem à sombra da bananeira, este prolongamento justifica-se.
José Leirós: "Espaço para a preparação"
Excelente medida. Hoje, os árbitros apresentam melhores condições físicas e penso que esta regra já devia ter sido aplicada pela FIFA há alguns anos. Além de os árbitros terem mais experiência com o passar do tempo, esta norma também permite que a falha que existe no recrutamento deixe um espaço maior para preparar mais árbitros por todo o país. No futuro, antevejo que a idade limite será aumentada, em Portugal e no estrangeiro.
Fortunato Azevedo: "Quadro carece de reformulação"
Parabenizo quem tomou esta iniciativa, que é muito positiva. Com 45 anos, estava na plenitude das minhas capacidades físicas e mentais. No entanto, e sem colocar em causa a idoneidade e seriedade das pessoas, o nosso quadro precisa de uma reformulação. Em termos de qualidade, os nossos árbitros são dos piores das últimas décadas e isso é uma opinião generalizada. Por esse motivo é que não tem havido árbitros portugueses nos Mundiais e nos Europeus.