Em exclusivo a O JOGO, Fábio Silva traça perfil da antiga equipa com agradecimentos ao treinador e elogios a Pepe
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Três anos depois de ter deixado o FC Porto, a troco de 40 milhões de euros, Fábio Silva reencontrou-se com alguns antigos companheiros e com Sérgio Conceição, o treinador que o lançou às feras no Dragão quando tinha apenas 18 anos. No final do particular em que o Wolves venceu por 1-0 (golo de Pedro Neto), o avançado conversou em exclusivo com O JOGO sobre a sua antiga equipa.
Sem esconder que seria "um prazer enorme" voltar a trabalhar com o míster Conceição, Fábio ainda fala dos dragões como o seu clube e diz que Taremi é fundamental para a dinâmica do jogo.
Como foi rever tantas caras conhecidas neste jogo com o FC Porto?
-Foi muito especial, é sempre bom voltar a Portugal, fazer a pré-temporada no nosso país, sentir que as pessoas nos apoiam e gostam de nós... Isso é muito importante. Revi caras conhecidas, muitos deles jogaram comigo - ou melhor, eu é que joguei com eles! [risos]. E poder ter estado com o míster [Conceição] também foi muito importante. Não tive a oportunidade de me despedir dele na altura em que vim para o Wolverhampton, porque aconteceu tudo muito rápido. Nem dos jogadores me despedi. Por isso, quero aproveitar para deixar uma palavra. Foi o míster que me lançou, foi ele que me deu a oportunidade de ser posto à prova muito cedo e ter que crescer muito rápido. Tenho que dar esse mérito ao míster Conceição e equipa técnica dele. Ajudaram-me muito enquanto estive no FC Porto.
"Conceição fez-me crescer muito e ser um jogador mais completo, capaz de atingir outros níveis"
Gostava de trabalhar novamente com ele?
-Óbvio que sim. Seria um prazer. Aprendi muito com ele, deu-me coisas que não tinha ou que melhorei. Naquela idade é normal, por vezes, não ligarmos tanto às coisas que nos dizem, mas hoje em dia dou muito valor ao que me dizia e pedia como jogador. Fez-me crescer muito e ser um jogador mais completo, capaz de atingir outros níveis. Não sou jogador de apenas um tipo de jogo, posso jogar em vários modelos e o treinador pode encontrar várias soluções em mim. Aprendi isso com ele, seria um prazer enorme trabalhar com ele novamente.
"Vejo-os com capacidade para chegar ao título"
Que impressões deixou este FC Porto?
-O futebol funciona à base de números e, se virmos os números e os troféus do míster Conceição acho que não há margem para dúvidas. Não há muitos treinadores a fazer o que ele faz no futebol português e há que dar mérito. Acompanho sempre o FC Porto, é o clube do meu coração, o clube de que gosto e onde cresci. É um clube ao qual, quem sabe, ambiciono voltar um dia. Tenho um carinho muito especial pelo FC Porto, desperta um sentimento diferente em mim. Vejo o FC Porto com capacidade para ganhar o campeonato, é isso que lhe compete. Os adeptos e o próprio clube obrigam os jogadores e o treinador a ganhar títulos e sabemos que é disso que o FC Porto é feito. Falo em "nós", porque fiz e faço parte do clube, sinto-o dessa forma. Vejo esta equipa com muito bons olhos e acredito que será campeã.
"Aquilo que ele [Pepe] faz com a idade que tem, ao mais alto nível e juntamente com os sacrifícios que faz, é algo inédito, brilhante "
Chegou a jogar com o Pepe e agora defrontou-o. É complicado para um avançado tê-lo pela frente?
-Ele faz sempre boas exibições [risos]. É óbvio que é complicado defrontá-lo, mas prefiro olhar para o exemplo que ele é. Tive a oportunidade de aprender com ele, ajudou-me muito a crescer e a preparar-me para o futuro, para o futebol profissional. Aquilo que ele faz com a idade que tem, ao mais alto nível e juntamente com os sacrifícios que faz, é algo inédito, brilhante. Só temos que aplaudir e apreciar por podermos tê-lo no nosso país, na Seleção e, neste caso, no meu clube. Espero que continue assim. Se continuar, ainda pode jogar mais anos.
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E os avançados? Nenhum estava no plantel quando o Fábio saiu...
-Cheguei a fazer uma pré-época com o Taremi. Estamos a falar do melhor marcador da I Liga na última época. Marcou imensos golos, fez imensas assistências... É dotado na hora de marcar, faz a equipa jogar, baixa muito bem e consegue encontrar muito bem as linhas de passe, jogar no espaço entrelinhas. É fundamental. Mas já na minha altura tínhamos avançados muito bons, acho que o míster faz um trabalho fantástico nesse aspeto. Os avançados do FC Porto têm sempre enorme qualidade e este ano não foge à regra.
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