Fredrik, o sueco que jogou cinco épocas no D. Afonso Henriques, deixa o patriotismo de lado e torce pela equipa portuguesa. Antigo médio do Vitória considera que a I Liga é mais forte do que o campeonato sueco, elogia o trabalho de Rui Borges e revela a O JOGO os nomes dos jogadores da equipa minhota que mais admira.
Corpo do artigo
Figura do V. Guimarães entre 1996 e 2001, o sueco Fredrik Soderstrom torce pela equipa portuguesa no jogo de hoje, diante do Djurgarden. “Apesar de ser sueco, torço sempre pelo Vitória. É um clube que estará para sempre no meu coração, depois de tantos anos lá. Gostei muito de estar no clube e na cidade. Vou estar ligado ao Vitória para sempre”, justifica o antigo médio em declarações a O JOGO.
Conhecedor do futebol que se pratica nos dois países, o agora empresário de jogadores não tem dúvidas de que “o Vítória é favorito e tem de ganhar, porque o campeonato da Suécia não é tão forte como o portuguesa”, justifica, alertando, no entanto, para as dificuldades que podem surgir pelo facto de o jogo se realizar “num relvado artificial”.
Fredrik lembra ainda que, “se o Vitória não estiver concentrado, vai ser complicado”, tendo em conta que, mesmo sendo favorito, vai ter pela frente um adversário que também tem qualidade. “O Djurgarden é muito forte coletivamente, trabalha bem, taticamente é uma equipa bem organizada, além de ter jogadores de qualidade”, alerta.
Assim, o antigo médio aconselha o Vitória a “manter um ritmo alto, a ter uma boa posse de bola e muita movimentação”. “Os portugueses são mais rápidos com a bola nos pés e também a pensar o jogo”, justifica.
Admirador de Jota Silva, vendido ao Nottingham Forest, Fredrik elogia algumas individualidades do Vitória. “Gosto do Tomás Händel, os defesas-centrais Borevkovic e Mikel Villanueva também são muito bons. No meio tem ainda o Tiago Silva, um jogador de quem gosto muito. E tem um bom guarda-redes, o Bruno Varela”, destaca, elogiando Rui Borges. “É um bom treinador e está a fazer um bom trabalho”.
Estádio com relvado sintético e ambiente infernal
O V. Guimarães treinou ontem no Arena Estocolmo, uma sessão muito importante que serviu de adaptação ao relvado sintético, algo a que os jogadores da equipa minhota estão pouco habituados. Para hoje, terão outra dificuldade, mas essa só poderá ser ultrapassada durante os 90 minutos e está relacionada com o ambiente infernal nas bancadas.
O estádio, propriedade de uma empresa do município de Estocolmo, também é conhecido por Tele2 Arena, naming da empresa de telecomunicações, e tem capacidade para 30 mil espectadores, prevendo-se que hoje registe uma excelente assistência.
Casa do Djurgarden e do Hammarby, o recinto foi palco de confrontos violentos entre adeptos no último domingo, quando as duas equipas se defrontaram. O jogo foi interrompido aos 70 minutos e só foi reatado segunda-feira, retirando ao adversário do Vitória algumas horas de descanso para preparar o jogo de hoje.
Com cobertura móvel, o Arena Estocolmo serve de palco para as mais diversas atividades, estimando-se que receba 1,5 milhões de visitantes por ano para assistir a jogos e concertos de artistas como Madonna, Elton John e Adele.
Reencontro com Rogério Matias
Fredrik pretende estar hoje no Arena Estocolmo para apoiar o V. Guimarães no jogo contra o Djurgarden, e só faltará se a vida empresarial não o permitir. Certo é que, nesta digressão da equipa portuguesa à Suécia, o antigo médio tem oportunidade de reencontrar Rogério Matias, atual diretor desportivo do Vitória. Os dois antigos jogadores foram companheiros na temporada 2000/01.
Percurso fechado por Pimenta em 2001
Contratado por Pimenta Machado aos suecos do IK Brage, em 2001, Fredrik alinhou cinco épocas no Vitória, jogando depois no FC Porto (2001/02), Braga (2003/04) e Estrela da Amadora (2004/05), tendo terminado a carreira no Hammarby, em 2010. Foi nessa altura que iniciou a carreira de empresário de jogadores, profissão que continua a exercer.