Dedé, jogador do 1.º de Dezembro, marcou nos descontos, na vitória dos sintrenses sobre o Covilhã, mas, devido a uma contusão, não viu o desfecho
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Dedé marcou o golo decisivo para o 1.º Dezembro triunfar no terreno do Covilhã (1-0), mas não se lembra desse momento, nem do que aconteceu depois. O extremo, que saltou do banco aos 59’ para o lugar de Flavinho Júnior, viria a ser o herói dos sintrenses na compensação, ao corresponder de cabeça a um cruzamento de Jorge Bernardo, mas, a seguir, saiu de maca e teve de ser transportado para o hospital devido a uma contusão cerebral, sofrida no choque com um adversário, Gonçalo Loureiro.
“Nem sabia que tinha feito o golo. Apaguei por completo. Lembro-me de que houve um cruzamento, fui para a bola e só no hospital é que me disseram que tinha feito o golo da vitória”, explicou o cabo-verdiano, de 19 anos, que ainda esteve uma hora sob vigilância até se concluir que a situação não era grave, tendo depois, já em casa, visto com mais calma o lance que decidiu a partida. “Senti-me muito feliz, porque estava com muita vontade de fazer golo e ajudar a equipa. Foi uma vitória merecida pelo trabalho que fizemos em campo”, avaliou Dedé, que tem empurrado com golos a equipa de Pedro Caneco para o topo da tabela classificativa, algo que só o Caldas conseguiu imitar na Série B da Liga 3. Ambos têm duas vitórias.
“Acredito que podemos repetir o que aconteceu no ano passado, em que fomos, pela primeira vez, aos quatro primeiros. Os sinais neste arranque de campeonato estão a ser muito positivos. Já no ano passado não foi uma surpresa termos conseguido disputar a fase de subida, pois jogávamos um bom futebol”, recordou o extremo, que tem sido arma secreta do treinador: contra a Académica também fez o 2-1, após ter saltado do banco. “Se sou melhor como suplente? Não sei, porque ainda não joguei a titular este ano...”, brincou. “Quando entro em campo, ofereço mais energia na frente. Alguns jogadores estão mais cansados e consigo sobressair, pois a velocidade e o ataque à profundidade são as minhas principais armas”, explica.
Em Portugal há dois anos, tendo apenas representado o 1.º Dezembro, Dedé saltou da distrital para a Liga 3, prova na qual chegou a fazer dois jogos na época passada. Este ano foi integrado no plantel às ordens de Pedro Caneco e nota que as diferenças são, essencialmente, “a nível tático e no ritmo de jogo”, algo que também já sentiu relativamente ao futebol praticado em Cabo Verde. Quanto à meta de golos, dado que está de pé quente, o extremo não se deslumbra. “Não tenho nenhuma meta, só quero aproveitar as oportunidades que o treinador me der”, rematou.
Jovane Cabral como referência de Cabo-Verde
Para Dedé, Jovane Cabral é o melhor jogador de Cabo Verde, seleção que acompanha com especial atenção e que um dia gostava de representar, tendo visto com agrado a chegada do atual jogador do Estrela da Amadora. “Gosto das características dele, é muito forte no drible, na condução e no remate”, sublinha. O extremo, de 19 anos, que está em Portugal há dois, destaca que os amigos Leandro, Quintino e Ulisses, o ajudaram a optar pelo 1.º Dezembro.