António Salvador em entrevista aos meios de comunicação do Braga a assinalar os 20 anos como presidente do clube minhoto
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Gosto pelo futebol: "Sempre gostei de futebol, um desporto que movimenta paixões. Fui presidente do Bairro da Misericórdia quando ainda nem tinha 18 anos. Sou de Espinho (Sameiro) e passei lá a minha infância. Vim para a cidade com 20 anos."
Juventude: "Comecei a trabalhar com 15 anos. Trabalhava de dia e estudava à noite. Fiz o 12.º ano. O meu pai começou a trabalhar por conta própria e fui trabalhar com ele até aos 23 anos, altura em que comecei a trabalhar sozinho."
Início da presidência: "Não contava ser presidente do Braga naquela altura. Estava com a minha atividade profissional em crescimento e que me ocupava muito tempo, mas o falecido Cónego Melo um dia veio ter comigo e disse que gostava de falar comigo e com o engenheiro Mesquita Machado, porque o Braga estava numa crise muito grande, instável no campeonato e com dificuldades financeiras. Ele dizia que eu era a pessoa ideal para resolver os problemas do Braga. Na primeira abordagem disse-lhe que não, porque estava envolvido na minha atividade profissional e não tinha tempo. Aquele não era o momento, mas eles tanto insistiram que me convenceram."
Assumiu a presidência com 32 anos: "As pessoas não me conheciam, mas eu acreditava naquilo que podia fazer, mas no início foi difícil. Meti logo na cabeça que tinha de cortar com o passado, porque só assim podíamos crescer. Foi isso que fiz. A primeira medida foi resolver os problemas financeiros do clube. Era um crise tremenda, com vários meses de salários em atraso. Além de resolver os problemas financeiros, tínhamos de salvar o clube da descida de divisão e a terceira medida passava por colocar o clube a lutar sempre pelo acesso às competições europeias. Felizmente esses três objetivos foram cumpridos."
Loucura inicial: "Foi preciso um pouco de loucura. De início hesitei, mas quando aceitei tinha de ir até ao fim e sabia bem o que queria para o Braga. Não fiz tudo sozinho, estive acompanhado por muita gente, e hoje ainda estão duas pessoas que me acompanham desde o primeiro dia, o Manuel Rodrigues e o Gaspar Borges, duas pessoas minhas amigas e com quem trabalhava na minha atividade profissional. Hoje temos muitas pessoas novas e sinto que é uma família. Ser presidente é uma boa dor de cabeça."
Objetivo: "Estar no Braga é uma paixão diária. Não é possível desligar. Todos os dias temos de estar em alerta máxima em tudo o que se faz. Passados estes 20 anos, estou cada vez mais motivado para seguir em frente."
Um dos mais antigos: "Nunca pensei ser um dos presidentes mais antigos da I Liga, nem sonhava estar 20 anos à frente do clube. Cumpri facilmente dois dos meus objetivos [salvação financeira e evitar a descida de divisão] logo nos dois primeiros anos e a minha missão podia ter acabado aí. Fui ficando e o clube foi crescendo".
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