António Miguel Cardoso e Luís Cirilo: muitas críticas no único acerto de contas
Candidatos às eleições do Vitória de Guimarães debateram durante duas horas.
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No único debate entre os dois candidatos à presidência do Vitória de Guimarães, Luís Cirilo, da Lista A, e António Miguel Cardoso, da Lista B, fizeram propostas e trocaram várias acusações ao longo de quase duas horas, nos estúdios da Rádio Santiago.O momento financeiro do clube foi um dos temas mais quentes, com Cirilo, da Lista A, a mostrar-se preocupado. “O passivo já vai em 71 milhões de euros e gostávamos de saber também o do clube, talvez até nos possa esclarecer. O Vitória está em falência técnica”, vincou, com António Miguel Cardoso a ressalvar que o último relatório ainda não incluiu as vendas do mercado de inverno. “Aumentámos o passivo em 15 milhões e não em 30. Estamos contentes? Não, mas quando entrámos no clube, com as contas que tínhamos, como é que íamos conseguir inverter tudo em apenas três anos? O último relatório não inclui ainda o encaixe recorde que conseguimos em janeiro”, explicou o atual presidente vitoriano, lembrando que o passivo herdado foi bem mais pesado.
Com críticas de Cirilo ao negócio de Beni Mukendi - “custou três milhões e vendemos jogadores, com mais nome, por muito menos, como foi o caso de Ricardo Mangas...” - António Miguel Cardoso questionou as farpas do adversário e explicou a saída de Kaio César, considerado um “mau negócio”. “Se o Cirilo vencer as eleições, duvido muito que lhe abram a porta. Critica toda a gente, acha que os jogadores não leem o que escreve? Quanto ao Kaio, o jogador teve várias propostas de cinco ou seis milhões. O jogador quis sair, ia fazer o quê? Com ofertas de salários três vezes superiores, é muito difícil...”
Com ambos a desejarem continuar com Luís Freire no comando técnico, o nome de Rui Borges voltou à baila, com Luís Cirilo a questionar a saída do técnico para o Sporting. “Tenho duas versões: a sua, em que diz que ele quis sair. E a dele, que disse que nunca quis sair do Vitória”, argumentou. “Acho inadmissível estar a falar de Rui Borges, quando já não é do clube. Acha que saiu contrariado? Ele disse que tinha sido a melhor prenda de Natal”, respondeu António Miguel Cardoso, garantindo que, em breve, haverá novidades quanto à Academia.
Ainda relativamente à polémica da falta de documentação pedida pela lista de Luís Cirilo - "pedimos a documentação, por carta, para perceber as contas do clube mas a mesma nunca nos chegou" - António Miguel Cardoso defendeu-se, garantido que houve desistência por parte da Lista A dos documentos. "Estiveram seis horas reunidos com o vice-presidente Rui Rodrigues e o administrador Silvério Alves, certamente não estiveram apenas a tomar café. Pelo que sei saíram de lá tranquilos e satisfeitos. Foi enviado um e-mail à Lista A a dizer que estávamos disponíveis a explicar as contas publicadas, não tivemos resposta. Entendo que é uma não questão, estiveram seis horas a ouvir todas as explicações". "Não desistimos nada, para ouvir o que ouvimos não valia a pena", atirou Luís Cirilo.