António Miguel Cardoso comenta venda de Jota Silva e revela ter evitado outros negócios
Declarações de António Miguel Cardoso, presidente do V. Guimarães
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António Miguel Cardoso, presidente do V. Guimarães, em entrevista ao jornal "Desportivo", do "Grupo Santiago", abordou a venda de Jota Silva ao Nottingham Forest, a troco de sete milhões de euros, mais cinco em objetivos: três deles quando atingir 15 jogos e os outros dois se alcançar os 10 golos.
O líder máximo do emblema vitoriano confirmou que o clube conseguiu adquirir mais uma parte do passe do internacional português antes da sua venda. "Sim. Inicialmente eram 50 por cento e nós tínhamos a opção de comprar mais 20 por cento. Acabámos por fazer à volta de 25 por cento na altura de fechar o negócio. Não foi fácil convencer o Casa Pia e é óbvio que é uma operação de sucesso. Eles foram sensíveis, porque também é uma excelente operação para o Casa Pia", afirmou.
"Com quanto o Vitória fica da transferência? Há agentes envolvidos e, por isso, temos de fazer as contas. Não vou dizer o valor exato, porque ainda há o valor dos bónus, ainda há a mais-valia. Havia o agente do jogador e houve a intermediação de um agente que, entretanto, entrou no negócio. Infelizmente, isso faz parte do futebol", continuou António Miguel Cardoso, antes de ser questionado sobre se não houve nenhuma proposta melhor em termos financeiros.
"Houve, efetivamente, mais clubes interessados. Tivemos uma outra proposta superior, mas temos de ser conscientes em relação àquilo que é a vontade do jogador. Se o jogador tem o sonho de ir para a Premier League, se o jogador não quer ir para mercados emergentes, como era o caso dessas propostas, ou para mercados periféricos, nós temos que ser sensíveis a isso. Se o Vitória pode ter perdido dinheiro devido à vontade do jogaodor? Isso acontece muitas vezes no futebol. Muitas vezes não existe essa perceção, mas recebemos propostas de clubes para onde os jogadores não querem ir. É a carreira deles. E, nesta casa, conseguimos conciliar um clube que queria o Jota, uma liga que o Jota queria, valores de salário para o Jota que eu até acho que são inferiores às outras propostas, mas ele tinha este objetivo", explicou, garantindo depois que nunca sentiu necessidade de vender já uma vez que em janeiro o jogador ficaria livre para assinar por outro clube.
"Nunca senti essa pressão. Da parte do Jota sempre houve essa preocupação em não sair a custo zero. Por isso, se, provavelmente, ele não tivesse saído no final deste mercado, teríamos feito a renovação, tenho a certeza absoluta disso", atirou, abordando de seguida as críticas ao negócio.
“Mostra que o clube está ativo e que as pessoas estão interessadas, mas não é isso que me vai fazer tomar ou não decisões. As pessoas que criticam deviam candidatar-se e estar aqui para tomar decisões. Muitas vezes é fácil estarmos num computador e dizermos o que temos a dizer, mas depois quando é preciso tomar as decisões é mais difícil. Faz parte daquilo que é a paixão do adepto. Uns dias fala-se bem, outros dias fala-se mal. Uns dias temos uma administração que é bestial, passados poucos segundos temos um presidente que é uma besta. Tomei a decisão, há três anos, de defender aquilo que é o meu clube e dar o melhor de mim para que isso aconteça. Já sei que vou ser muito mais criticado do que elogiado, mas não é isso que me vai fazer deixar de tomar as decisões que acho que são as melhores para o Vitória”, disse, concluindo com a garantia de já ter evitado outros negócios, como por exemplo Borevkovic e Tomás Handel. "E outros, com certeza, que sentimos que desportivamente são importantes e acreditamos que vão valorizar", concluiu.