Depois de conhecer a acta da reunião de Direção em que foi decidido recuar na reintegração imediata do Gil Vicente na I Liga, o presidente do clube entende que Proença não deve continuar em funções.
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Numa extensa carta aberta à Direção da Liga, assinada pelo presidente António Fiusa, o Gil Vicente reclama, novamente, a reintegração no campeonato principal, "como é de direito e foi determinado pela justiça", na sequência do "caso Mateus". Em documento com a data de 30 de Junho, esta sexta-feira divulgado no site do clube, é exigida a demissão de Pedro Proença e dos demais elementos do órgão executivo, por terem recuado na decisão de levar à Assembleia Geral a discussão dos quadros competitivos que previam a reintegração dos gilistas, tal como ordenara o Tribunal Administrativo de Lisboa, numa decisão de primeira instância que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) acatou.
Esta mudança da posição da Liga - que, tal como a FPF, não recorreu da sentença que considerou uma "ilegalidade grosseira" a despromoção do Gil Vicente, há dez anos - ficou a dever-se à possibilidade de recurso do Belenenses, contraparte no processo. No entanto, este argumento não convence António Fiusa, inconformado com o facto de, "para dar alguma credibilidade à decisão que pretendeu promover à revelia da sua própria prévia deliberação", Pedro Proença ter recorrido ao advogado da Liga no processo, ou seja, aquele que "viu as posições que sustentou" em tribunal serem totalmente invalidadas e consideradas como ilegalidades graves".
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Mais grave ainda, nota, em posse da acta dessa reunião, "não foi colocada por nenhum dos membros presentes a pergunta mais óbvia, e que seria a de se saber se os órgãos da Liga estariam impedidos de cumprir a sentença do tribunal, recolocando o Gil Vicente mesmo que houvesse tal recurso".
O dirigente sublinha que "nenhuma consequência emerge da decisão judicial" para o Belenenses, pelo que o interesse do outro sócio da Liga envolvido no processo não seria colocado em risco com a imediata reintegração da equipa de Barcelos na I Liga.
Por entender que esta atuação da Direção da Liga é uma "vergonha", Fiusa reclama a saída de Pedro Proença e apela aos clubes para que "sejam coerentes com as suas prévias posições" e coloquem o Gil Vicente no escalão principal, já em 2016/17: "Impõe-se a demissão desta Direção, a qual terá ainda de explicar, se necessário perante os tribunais, a real motivação para as atitudes que tomou, em particular o seu presidente, que foi o agente ativo na reunião para a remoção das propostas que se deveriam levar à Assembleia Geral de modo a aí ser votado o modelo a aplicar às competições para que o Gil Vicente fosse promovido à I Liga".