"Antes do árbitro apitar, dava aqueles piques para libertar o nervoso miudinho"
Gaspar, ex-jogador do FC Porto, comenta em O JOGO sobre o clássico deste domingo
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Gaspar viveu as emoções de um FC Porto-Benfica na pele em janeiro de 1998, quando, já com os dragões bem lançados para o tetracampeonato, foi titular ao lado de Jorge Costa no eixo da defesa azul e branca. Com essa experiência como base, o antigo central diz a O JOGO que os clássicos têm sempre uma “magia diferente”. “Há uma pressão especial, independentemente da classificação das equipas. Ganhámos 2-0 nas Antas, mas, na segunda volta, o Benfica fez daquele jogo uma final, pela honra. E nós já tínhamos uns 12 pontos de avanço”, recorda.
“Os próprios treinadores pedem calma aos jogadores, porque um empate até pode ser suficiente em termos pontuais, mas os jogadores não estão nem aí. Têm a tal magia dentro deles, porque, anos mais tarde, é do jogador que marcou golo naquele jogo que vai ser lembrado pelas pessoas”, prossegue Gaspar, revelando os “rituais” que cumpria “até há bem pouco tempo” para lidar com a pressão e o famoso “nervoso miudinho”.
“Entrar com pé direito, tocar com a mão na relva, benzer-me, e saltar, fazendo aquele movimento a cabecear. Era uma forma de ativação, um clique. De certa forma, um ritual. E, antes do árbitro apitar, dava aqueles piques para a esquerda e para a direita, para libertar o nervoso miudinho que se sente. Nas crianças, costumamos dizer que até dá dor de barriga! [risos] Como dizia a música, 'não sou supersticioso, mas o pai dela dá-me azar'”, remata o ex-jogador, em alusão a um dos êxitos da banda Heróis do Mar.