Antevisão ao jogo frente ao Moreirense, da ronda 32 do campeonato, agendado para as 20h15 de sexta-feira
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Como lida com a crítica e o descontentamento dos adeptos? "Não ligo muito à crítica, porque é ruído e tento concentrar-me muito no que temos de fazer. Há muito trabalho para fazer para te estares a intoxicar de ruído. Os adeptos manifestaram o seu descontentamento no último jogo e, nesse sentido, têm o direito de o fazer. Mas também sabemos que amanhã vamos jogar em casa e que nos vão apoiar, porque os adeptos são assim, esperam pelo jogo toda a semana e por vezes têm de viajar muito com a ilusão de ver a equipa a ganhar. Embora ganhar seja o mais importante, onde nunca se pode faltar aos adeptos é na competitividade. Parece-me que isso é tudo, porque quanto mais competirmos, mais próximos estamos de ganhar. Então, parece-me que quando não o fazemos da forma como queremos, as críticas são válidas, porque os adeptos também souberam aplaudiram quando não vencemos e a competitividade foi o que se espera. Não podemos oferecer nada, porque em todos os jogos vi um FC Porto competitivo e neste último faltou-nos um pouco dessa competitividade que já falámos com os jogadores. Isso não pode acontecer."
Quando chegou, o FC Porto estava em igualdade pontual com o Benfica. Doze jornadas depois, o FC Porto está a 13. Que explicação pode dar aos adeptos para esta quebra tão acentuada em comparação com um rival na luta pelo título? "Se te explicar, dou-te dez títulos de desculpas. Vocês convidam-me a explicar aos adeptos. Se quiserem, juntamo-nos aos adeptos e explico. Agora, explicar-vos a vocês para explicar os adeptos, é dar-vos títulos. Não quero entrar nesse jogo. Há um processo, uma mudança de ideias, um monte de coisas que posso explicar. Há mudanças radicais na forma de jogar, adaptações, resultados, há venda de jogadores… Há muitas coisas que poderia enumerar. Fizemos essa análise. No meu caso, faço-o todos os dias, porque esse é o meu trabalho como treinador. Gosto de entender o porquê de tudo. Assim, não faço as coisas apenas por fazer, mas o seu funcionamento. Interessa-me como é o funcionamento da máquina, não que funciona carregando num botão. Essa é uma ferramenta fundamental para seres melhor. Temos de entender o porquê, porque às vezes equivocas-te e tens de perceber o que estás a fazer bem e mal. Vivemos do acerto e do erro. E errar acontece. Isso é permitido, o que não pode ser permitido é dares conta de que erraste e tens de melhorar. Tranquilo. Nós fazemos essa análise."