Anselmi é um camaleão tático: treinador já apresentou vários modelos no FC Porto

“Querem etiquetar-me, mas não vão conseguir”. A frase é de Martín Anselmi, já foi proferida mais do que uma vez nas conferências de Imprensa de lançamento dos jogos e a verdade é que, excluindo a utilização de três centrais como pilares defensivos, o treinador tem sido um verdadeiro camaleão tático. Mas até isso poderá mudar amanhã, na receção ao Aves SAD.

No sábado, com o Braga, o treinador voltou a distribuir as peças no modelo predileto, mas o golo de Ricardo Horta e o posicionamento dos arsenalistas fizeram-no mudar de ideias ainda na primeira parte. O argentino reconfigurou o setor recuado com o desvio de Otávio ainda mais para a esquerda, na posição habitualmente ocupada pelo lateral, promovendo a subida de Moura para zonas mais adiantadas de modo a Gonçalo Borges se “colar” a Samu. Um cenário que não está descartado frente aos avenses, embora com intérpretes diferentes, tendo em conta o crescimento da equipa na parte final do primeiro tempo.

A variabilidade tática apresentada por Anselmi, principalmente do meio-campo para a frente, explica-se com o desejo do treinador de surpreender o adversário. “Teremos jogos em que vamos construir com três e outros com dois. Teremos jogos em que vamos jogar com dois avançados e outros com um. O rival é que me diz como podemos atacar e provocar-lhe danos. É ele que me ensina. No futebol temos de nos construir e desconstruir o tempo todo”, explicou também.

Na estreia, com o Maccabi Telavive, na Liga Europa, Pepê e Fábio Vieira pisaram zonas mais interiores e Namaso foi a única referência ofensiva. No clássico com o Sporting, porém, o brasileiro começou como um segundo avançado, no apoio a Samu, até recuar no terreno no segundo tempo. O meio-campo já funcionou com três unidades (André Franco, Fábio Vieira e Moura) e apenas com duas (Alan Varela e Fábio Vieira). Por isso, não será surpresa nenhuma se Anselmi voltar a mudar a pele dos dragões com o Aves SAD.