O Hellas Ver0na tinha tudo acertado com o goleador e com o Vitória, mas como só tem passaporte brasileiro o negócio foi abortado. O avançado regressou de imediato e colocou-se à disposição do treinador
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André Silva viveu uma semana agitada antes do dérbi em Vizela, onde foi protagonista ao marcar o golo que garantiu o triunfo, por 1-0. Naquele dia e àquela hora, o avançado brasileiro até era para nem ser jogador do V. Guimarães. E isto porque, a meio da semana, viajara para Itália para assinar pelo Hellas Verona, equipa que luta pela permanência na Serie A. Naquele mesmo dia podia até estar a fazer a estreia no campeonato italiano, em Nápoles.
Quis o destino que André Silva permanecesse em Guimarães. O Hellas Verona fez tudo para contratá-lo e, inicialmente, o avançado não queria ir por estar feliz na Cidade-Berço. O negócio sofreu avanços e recuos, os italianos subiram o salário do jogador e o Vitória iria receber 3,5 milhões de euros.
Na quarta-feira, o ponta-de-lança lá viajou para Itália, num voo privado pago pelo Hellas Verona, e dormiu apenas cerca de três horas. Na altura de acertar a papelada, o secretário técnico do clube italiano pediu-lhe o passaporte e verificou que era brasileiro, estando, por isso, impedido de ser inscrito na Serie A, porque o clube já tinha dois jogadores extracomunitários. O negócio teve, por isso, de ser abortado.
André Silva regressou então a Portugal, chegando de madrugada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, de onde seguiu para Guimarães. Com apenas três horas de sono, rumou de imediato à Academia do Vitória e colocou-se à disposição do treinador para ser opção para o jogo em Vizela. Apesar da ausência forçada e do cansaço provocado pela viagem, foi lançado de início no dérbi e correspondeu com o golo que garantiu o triunfo. Saiu, aos 90’+5’, debaixo de uma enorme ovação dos vitorianos e com Álvaro Pacheco a segredar-lhe algo ao ouvido, certamente a agradecer e a elogiar o esforço que fez para jogar.