A candidatura aos órgãos sociais da Associação Nacional dos Treinadores de Futebol foi entregue esta quarta-feira, na sede da associação em Rio Tinto-Gondomar, tendo falado do que diferencia a sua candidatura da lista adversária. Sufrágio marcado para 31 de maio.
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Motivações da candidatura:
As motivações da minha candidatura são muito simples. Nós, inicialmente, enquanto grupo de amigos, analisámos as possibilidades de entrar em cursos UEFA, cursos UEFA Pro, e vimos que, de facto, as vagas eram muito limitadas em Portugal, porque mesmo quando abrem vagas os critérios de seleção são muito restritivos, e que é muito difícil entrar em Portugal no curso UEFA Pro, mesmo para pessoas com imensos anos de treino ao mais alto nível, ou que estejam atualmente ao mais alto nível, eu disse, por exemplo, para o caso do João Pereira, do Cas Pia, que não conseguiu entrar agora no UEFA Pro. Portanto, decidimos que estava na hora das associações nacionais de jogadores de futebol terem uma palavra a dizer, no que diz respeito ao alargamento, não só das vagas, mas também dos próprios cursos de treinadores de futebol, nomeadamente UEFA Pro. É a nosso entendimento que a própria ANTF deveria estar capacitada para lecionar diretamente sem precisar da Federação Portuguesa de Futebol os cursos UEFA e os cursos UEFA Pro, porque uma coisa é confiarmos na boa vontade de outra instituição, outra coisa é, efetivamente, podermos melhorar o futebol, porque é a nossa classe profissional, e termos autonomamente esses cursos à disposição, que não cria só novos cursos, como também, automaticamente, porque criar novos cursos vai criar mais vagas, e aproximamos-mos, assim, das vagas que existem em outros países europeus.
Posso olhar para a Espanha, que tem 10 vezes mais vagas do que nós, 10 ou mais vezes mais vagas do que nós em Portugal, e funciona. Portanto, porque é que não há de funcionar para nós… Depois também porque entendemos que, com todo o respeito pelo Sr. Presidente José Pereira, que fez um excelente trabalho, fez, sem dúvida alguma, o melhor que podia em prol da classe profissional, mas entendemos que a situação está um bocadinho estagnada, um bocadinho parada no tempo, e que precisa de uma modernização, tanto a nível daquilo que são os corpos dirigentes, como em termos gerais. Por exemplo, os estatutos necessitam de ser revistos, para nós não nos faz já grande sentido que seja obrigatório, vir ao Porto, votar, ou seja, havendo núcleos poderia uma votação descentralizada nos núcleos, podiam-se, e nós temos essa proposta, que é criar as bases também para o voto eletrónico, porque, por exemplo, mais uma vez, no dia 31 de Maio, treinadores como o Abel Ferreira, o Pepa, o Jorge Jesus, possivelmente não poderão votar, porque ainda estão em plena competição. Quando fosse possível votar, eletronicamente, seria, desde logo, possível esses treinadores participarem nos votos.
Diferença para a candidatura adversária:
Difere logo de raiz. Se olharmos para a própria composição das listas, vemos do lado uma lista com todo respeito aos candidatos, e eu não me farto dizer isto porque é, efetivamente, com todo respeito aos candidatos e por quem está, mas se olharmos para a lista do outro candidato, a realidade é que temos uma lista composta, maioritariamente, por pessoas que já fazem parte da estrutura, há vários anos, que já tiveram, durante vários anos, a possibilidade de fazer alguma coisa para que a Associação não parasse no tempo, e não fizeram.
Portanto, se olharmos muito para isso, também temos de nos questionar se não fizeram até agora, porque é que vão fazer agora… Portanto, o que nos distingue é, claramente, sangue novo, propostas. E não são só propostas por apresentar, porque fica bonito, porque estamos a falar das coisas no momento, mas nós apresentamos propostas em situações concretas, coisa que não se vê do lado de lá. Do lado de lá, fala-se em, vamos alargar os cursos.
Ok, mas como? Não há uma proposta concreta. Nós abordamos também a questão que houve com o Rubén Amorim, com o João Pereira, com o Moreno, com o Silas, já são vários. Abordamos a questão que está na atualidade, mas apresentamos soluções para o caso também.
Ou seja, nós apresentamos duas soluções claras, que até são complementares entre elas, uma das quais é, claramente, a alteração do Regulamento de Competição, para passar a ver que as equipas técnicas, em geral, devem ter pelo menos um elemento nível 4 na equipa técnica, não obrigando a que seja o treinador principal, e logo por aí resolve-se este problema. A outra solução é um bocadinho mais complexa, mas fazível, e lá está, complementar esta primeira situação, que passa por um acordo multilateral entre o treinador, a tutela da competição, a tutela da formação e a ANTF, se não for a tutela da formação, já desse curso em concreto, em que, praticamente, o treinador obriga-se a concorrer ao próximo curso, conferente de grau que abrir, a tutela da formação garante uma vaga supernumerária ao treinador, e a tutela da competição garante que o treinador, enquanto não abriga esse curso, pode mesmo usufruir de plenos direitos de treinador na competição. Se por acaso o treinador for despedido, ou deixar de trabalhar naquela competição, ou por alguma razão acabar por não frequentar o curso, por culpa própria, naturalmente, perde o direito de poder voltar a utilizar esta nova injeção, e acho que isso é compreensível o porquê, que é para tentar evitar aqui abusos, quando estamos a dar aqui um benefício, de certa forma. É natural que isto tem de ser discutido com o FPF, possivelmente até com o UEFA, mas estamos confiantes que face a todo um novo paradigma no futebol nacional, que é possível ter essas conversações e negociações com a FPF.
Qual a maior falha da candidatura adversária:
Para já, eu acho que quando alguém se propõe a ser presidente de uma associação, deve declarar claramente ao que vem. Não é por ter sido o primeiro presidente da associação, que por agora querer voltar a ser presidente, que se deve candidatar.
E a verdade é que em termos de propostas, pouco agora se sabe daquilo que o Henrique Calisto, pelo isto, pretende apresentar aos associados. Portanto, na minha opinião, essa é logo a partir de uma grande falha. Nós, por exemplo, tivemos o cuidado de primeiro preparar o programa eleitoral e depois é que começámos a falar com grupos treinadores, precisamente para termos alguma coisa para lhes dar e dizer é isto que nos move.
Não é o queremos muito ser direção da ANTF. Logo aí, há essa situação. Depois, quando o Henrique Calisto diz quando anuncia que se vai candidatar no fórum, e diz que não é uma candidatura de continuidade, isso depois é diretamente contraditório com a composição da lista.
Portanto, é outra falha grave também, mas vale assumir que é uma lista de continuidade, porque é a realidade, é ir à luta, nesses termos e em termos esclarecidos.
Ser um nome menos conhecido é uma desvantagem:
Eu sinto precisamente o oposto. Não sinto como desvantagem, sinto como vantagem.
Sinto como vantagem muito simples. É que o Henrique Calisto, em função da carreira, enquanto treinador que teve, meritória, não aponto falha nenhuma nessa situação, mas em função da carreira que teve, estará sempre sujeito a um escrutínio muito superior daquilo que faz e daquilo que apresenta.
Para todos os efeitos, também o Henrique Calisto já foi Presidente da Associação, já teve uma oportunidade de fazer, e também é certo que foi o primeiro ano, foi um dos mudadores, foi o primeiro Presidente da Associação, em função daquilo da pessoa, da personalidade que é o Henrique Calisto, que acredito que estará sempre mais sujeito a esse escrutínio por parte dos associados.
De resto, não encargo-lhe uma desvantagem, encaro como uma vantagem, porque, precisamente por uma questão de não estar ligado aos órgãos sociais, no que diz respeito aos últimos anos, e de não ter pessoas, na minha candidatura que é, portanto, referir a isto também, não ter pessoas que pertenceram aos órgãos sociais nos últimos anos, há pessoas que de uma ou outra forma já estiveram ligadas à ANTF, mas nos anos mais recentes, quando, efetivamente, achamos que poderia ter sido feito mais, não temos nenhuma candidata que esteja ligada a esses anos, e, portanto, estamos completamente livres para falar daquilo que poderia ter sido feito, e daquilo que queremos implementar, e temos toda a capacidade para o fazer, porque ninguém nos pode dizer que já tivemos a oportunidade de fazer, não fizemos.
Apoio de certos treinadores:
Do meu ponto de vista, eu prefiro que os associados votem no meu programa do que por eu ter este ou qualquer treinador a apoiar, ou este ou qualquer treinador na lista.
Aliás, a apresentação que fiz na própria composição da lista não foi assim tão mediática. Há dois ou três treinadores mais conhecidos, mas apostei mais na diversidade, ou seja, em ter mulheres, que é um ponto também que está em contraponto com outra candidatura, nós apresentamos cinco mulheres candidatas, do outro lado temos duas mulheres candidatas, não é pelo facto de serem mulheres, mas é porque, de qualquer das maneiras, trazem um outro ponto de vista daquilo que é a profissão do treinador atualmente. Temos cinco mulheres altamente competentes, com provas dadas, três na direção e uma na mesa da Assembleia Geraç e outra no Conselho Fiscal, ou seja, em todos os órgãos.
É certo que não cumprimos a Lei da Paridade por dois membros, mas lá está, nós não cumprimos por dois membros a Lei da Paridade, quando a outra lista apenas tem duas mulheres. Portanto, aqui a aposta foi em diversificar, ter candidatos praticamente de todo o país, ou mais abrangente possível, ter candidatos de todas as áreas que a ANTF suporta, nomeadamente futebol, futebol feminino, futebol de praia, futebol amador, futebol profissional, Futsal, Futsal feminino. Já para não falar que lá está, temos candidatos de nove associações regionais diferentes, incluindo Açores e Madeira
Confiante para o ato eleitoral: Se não estivesse confiante, não tinha apresentado a candidatura.