Reforço da equipa B em janeiro, o avançado contribuiu com quatro golos para dez pontos rumo à permanência. O último foi frente ao Sporting B.
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Entre os milhares de sócios do FC Porto está André Pereira, filiado desde que nasceu, por vontade do pai, faz amanhã 22 anos. Nessa altura, André estava longe de imaginar que um dia iria jogar pelo clube do coração. Natural de Matosinhos, os oito golos marcados em 18 jogos pela Sanjoanense convenceram a SAD portista a contratar o goleador para a equipa B. O conhecimento até já era antigo e isso facilitou. Da curta carreira do jovem fazem parte quatro anos (entre 2005 e 2009) nas escolas azuis e brancas, em equipas onde alinharam nomes como Rafa Soares (lateral-esquerdo emprestado ao Rio Ave), Nuno Santos (agora no V. Setúbal, mas ligado ao Benfica), Ivo Rodrigues (cedido pelos dragões ao Paços) ou João Graça, que se mantém na equipa B azul e branca.
Mas, como em muitas outras histórias, a primeira passagem de André pelo FC Porto foi curta. A desilusão por ter recebido guia de marcha do clube de coração tomou conta do avançado, que encontrou a solução no clube da terra: o Leixões. No entanto, a experiência nos matosinhenses também não correu de feição. Após quatro temporadas e meia, e já no último ano de júnior, André Pereira mudou-se do Leixões para o Varzim porque sentia que o clube não o estava a apoiar devidamente para ultrapassar uma lesão nas costas que o condicionava nos treinos.
Foi então no Varzim que a aventura de André Pereira no futebol ganhou outro fôlego ao conhecer João Mota, treinador de então dos juniores poveiros. "O André chegou na última jornada da primeira fase e estávamos em último lugar e marcávamos poucos golos. Depois, tivemos uma paragem de três semanas em que lhe disse "vais ser tu e mais dez", porque tinha ouvido muito boas referências dele", conta João Mota que, de facto, tinha razão. "Fez 16 golos em 14 jogos, mais do que suficientes para que nos salvássemos. Tínhamos definido um batedor de penáltis mas, logo no primeiro jogo, houve um penálti e ele pediu para marcar. Eu deixei porque senti-o com confiança e ele marcou com muita classe", recorda.
Por isso, não é com espanto que João Mota vê a carreira de André Pereira no FC Porto B onde leva quatro golos em 12 jogos na II Liga, o último a dar o triunfo sobre o Sporting B, no sábado passado. "É um avançado canhoto e isso por si só já cria dificuldades à defesa. Segura bem costas, tabela bem com os colegas, gosta e sabe ouvir e, o mais importante, tem faro de golo. Já sabia que ele ia rebentar mais cedo ou mais tarde e tenho a certeza que, daqui a dois ou três anos, estará na I Liga", perspetiva.