André Horta pode render 4,5 milhões ao Braga: "Fiquei muito surpreso com a saída"
Médio está na Grécia e hoje será oficializado pelo Olympiacos. Cedência contempla opção de compra, mas é não obrigatória; Perspetiva de alguns milhões para o Braga a curto prazo mas Artur Jorge fica com menos recursos para o miolo. Ataque ao mercado ganha novo fôlego e jogadores históricos pronunciam-se.
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André Horta está de saída para o Olympiacos, negócio desenhado por empréstimo com opção de compra prevista, mas não obrigatória, que renderá 4,5 milhões, ao passo que as variáveis apenas se colocarão mediante metas coletivas da equipa grega. O médio, de 27 anos, viajou ontem para Atenas, cumpre hoje exames médicos e será anunciado como reforço da equipa de Carlos Carvalhal. Termina um longo trajeto comum com o irmão Ricardo, no qual conseguiram, em simultâneo, abraçar uma conquista da Taça de Portugal e uma Taça da Liga.
Isto pouco dias depois da divulgação da partida de Castro. Duas peças influentes, sobretudo no balneário. O setor mais excedentário, onde abundava qualidade, foi, subitamente, reduzido, ficando Artur Jorge limitado, para a segunda volta, a Moutinho, Al Musrati, Zalazar e Vítor Carvalho. Isto num olhar restrito, porque fazendo o exercício com maior amplitude, Pizzi pode recuar e Djibril Soumaré ser visto, mais regularmente, como recurso viável.
Aliás, há já um problema a levantar-se quando o Braga volta a fixar atenções na Liga: na receção ao Chaves, não contará com os castigados João Moutinho e Vítor Carvalho, ao passo que o regresso de Al Musrati, em pleno, está a ser cogitado, precisamente para esse embate, não sendo ainda de prever protagonismo no líbio na Taça da Liga, em Leiria. Antes de resolver esse problema, os guerreiros concentram-se na final four da Taça da Liga, tendo já como primeiro obstáculo o Sporting.
Perante esta menor abrangência de soluções, importa destrinçar que Braga será este, tendo António Salvador oportunidade de reforçar a equipa até final deste mês, e percebido, pela voz do treinador, que há necessidades que ele gostaria de ver atendidas. “Só perante alguma oportunidade, sabendo que há posições onde poderíamos ter mais incidência para fazer essa oportunidade acontecer”, disse, antes do embate em Famalicão.
Antigos médios do Braga, Fernando Pires (208 jogos) e Bruno Vaza (181) divergem quanto a um sentido de urgência de reforços. “Continua a ter excelentes jogadores e no meio-campo há soluções para resolverem essas saídas. Setor vulnerável vejo apenas o centro da defesa”, atestou Bruno. Menos otimista é Fernando Pires. “O meio-campo ficou drasticamente reduzido e o plantel altamente competitivo ficou mais permeável. Acho que era necessário mais um médio, além do que se sabia, a necessidade de um central e de mais um avançado, pois Abel Ruiz, com Banza na CAN, não tem sido suficiente”.
Bruno Vaza, antigo médio do Braga
“O André Horta é um excelente condutor de jogo e, sem bola, é um jogador que sempre garantiu empenho à equipa. O Braga perde um bom valor, fico com pena de o ver sair, mas é algo normal pela pouca utilização. Já o Castro foi perdendo espaço com a consistência do Moutinho. Continuo a ver o meio-campo bem apetrechado e a dar garantias. No ataque, vejo qualidade suficiente. Reconheço, sim, que os centrais estão sem confiança e muito irregulares, apesar de terem todos valor. Falta uma dupla de centrais que dê estabilidade”.
Fernando Pires, antigo médio do Braga
“Sempre achei, desde o início da época, que faltava um central e um ponta-de-lança, mas agora é também urgente um médio. Fiquei muito surpreso com a saída do André Horta, que era alguém que admirava muito e diferente dos outros médios, falando de Moutinho, Al Musrati e Vítor Carvalho. Um transportador de jogo, tecnicamente refinado e com boa meia distância. Acho que a pouca utilização fez com que quisesse sair. Os problemas no meio começam com o Chaves, com Moutinho e Vítor Carvalho castigados”.