Domingos Paciência lançou André Horta na I Liga, quando o médio ainda era júnior, e só ficou surpreendido por uma afirmação definitiva tão tardia, porque sempre viu nele enorme qualidade.
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André Horta regressa no sábado ao Estádio da Luz para defrontar o Benfica, clube que representou em 2016/17 e onde fez praticamente todo o trajeto nas camadas jovens, naquele que é o melhor momento na carreira.
Com 46 jogos efetuados esta época, superou os 43 que fizera em 2021/21 e Artur Jorge não prescinde dele, ao ponto de ser o único jogador que alinhou nos últimos dez jogos.
No encontro da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, quando a eliminatória já estava resolvida, depois do 5-0 no Funchal, o treinador do Braga deixou de fora dez jogadores do onze habitual, mas o médio foi o único a resistir.
A série de dez jogos como titular começou logo depois da derrota (2-1) em Guimarães. No dérbi, André Horta até começou no banco, mas quando entrou, aos 75", a equipa ainda reduziu o marcador. Era o ponto de partida para uma sequência bastante positiva do Braga e que permite à equipa entrar para as últimas jornadas na luta pelo título.
Aos 26 anos, o crescimento de André Horta é evidente. "Não estou surpreendido com o momento que está a viver, porque sempre vi que tinha qualidade e que era um médio com características diferentes", declara a O JOGO Domingos Paciência, treinador que lançou o médio na I Liga, em 2014/15, então no V. Setúbal. "Foi contra o Boavista. Lembro-me de um miúdo com muito à vontade no balneário. Era um puto reguila que queria impor-se de várias maneiras. Essa personalidade chamou-me a atenção. Já nessa altura tinha muita qualidade", recorda.
André Horta ainda era júnior e foi chamado à equipa principal dos sadinos. "Apesar de ser muito jovem, senti que não era arriscado apostar nele, porque no meio-campo tinha coisas que os outros não tinham", justifica, enumerando algumas características do médio. "Conseguia criar desequilíbrios e punha o jogo mais rápido."
Tal como agora, André Horta "jogava como 8 ou 10." "Ele gostava de jogar mais próximo do pivô para ir buscar a bola e assumir o jogo. Queria ser ele a marcar o ritmo. Está dentro daquilo faz agora e que se adapta às características dele, porque sai bem a jogar e define bem", destaca, surpreendido apenas por o seu ex-jogador não ter dado nas vistas mais cedo. "Pela qualidade que sempre teve, pensava que ia dar o salto imediato, mas demorou um pouco mais. Depois, ainda esteve nos Estados Unidos e o Braga apostou nele. Agora é um jogador mais maduro", conclui.