Declarações de Andoni Zubizarreta, anunciado por Villas-Boas como candidato a liderar a direção desportiva do FC Porto em caso de vitória nas eleições do FC Porto, a 27 de abril
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Primeiras palavras: "Muito obrigado. Quero pedir desculpas por não falar português, mas falo portunhol. Espero que nos possamos entender. Portugal é um país maravilhoso, onde tenho muitos amigos."
O que o fez aceitar o desafio? "Isto [aponta para a sala cheia]. Para mim, o André [Villas-Boas] já me disse: o futebol é paixão. Aprendi isso no Athletic Bilbau, o meu clube de pequeno. A partir de agora será o FC Porto. A paixão por um objetivo, por ganhar... Espero que ganhemos juntos, mas também é importante saber sofrer juntos. Tenho a ilusão de estar num clube autêntico. Isso é uma grande honra."
Contratação de ADN Porto. Sabe o que é? "Posso olhar aqui para o Jorge Costa. Creio que quando eu jogava contra o FC Porto, há uns bons anos, sempre tive a sensação de serem competitivos, intensos, com qualidade técnica e compreensão do jogo. Acima de tudo, um amor à camisola muito grande. São elementos com ADN Porto e ADN de um clube que quer competir no nível mais alto possível."
Comparações entre FC Porto e Barcelona: "Sim, também gostamos de bacalhau em Barcelona. Seguramente é uma das partes da identidade do clube. Saber por quem jogas, com quem jogas, os adeptos, saber o que eles esperam. Sentir que vestes a camisola de um clube e que não é só um jogo, é um sentimento."
Número mínimo de jovens da formação na equipa principal: "Os objetivos da formação são traçados a médio e longo prazo. O que creio é que o primeiro olhar que dás aos jogadores tem de ser para os que estão em casa."
Como vai funcionar o scouting: "É sempre uma área delicada nos clubes. Os nossos espiões andam por aí, dão-nos informação sobre a qualidade, se pode vestir a camisola, como dissemos... Temos de ver como podemos estar presentes, utilizar as novas tecnologias para chegar a mercados diferentes e como podemos usar isso na formação, captação de talento jovem. É uma área delicada e eu tenho a ideia de compartilhar com toda a gente: o scouting, o Jorge Costa, a performance... Criar isso que se chamam linhas de sucessão. Que jogadores temos por posição e onde nos faltam."
Estratégia da direção desportiva para alcançar objetivo financeiro sem hipotecar os objetivos desportivos: "É uma das grandes perguntas do futebol mundial. O André tem os elementos fundamentais, o scouting, chegar ao mercado antes de outros e ser um projeto atrativo. O jogador tem de entender que o FC Porto é um sitio para se fazer grande futebolista. A captação do talento não é só falar com um jogador e dizer-lhe o salário. Tem a ver com valor da marca do clube, a cidade, as infraestruturas, se, sendo jovem, tens acompanhamento da pessoa... Todos esses elementos fazem a diferença e temos de desenvolver isso. É um projeto para crescer. Há que seduzir, atrair e ser capaz de integrar os jogadores num projeto. Se tiveres 14 anos ou 21, podes crescer. Creio sempre que a área desportiva não se faz de forma independente, não é uma lista que se dá. A comunicação tem de ser contínua. São informações cruzadas, temos de criar estruturas. É um trabalho que exige tempo."