Análise forense prometida por Villas-Boas já arrancou e potenciou descobertas

Completam-se esta sexta-feira 30 dias desde que André Villas-Boas tomou posse como presidente da SAD do FC Porto, num período que convida a balanços e algumas conclusões. O JOGO viaja por um mês intenso nos corredores do clube e projeta os desafios financeiros e desportivos no horizonte dos novos responsáveis dos dragões, convictos de que deveriam ter posto mãos à obra bem mais cedo, tendo em conta que foram eleitos a 27 de abril.

O mês que decorreu entre um momento e outro apenas atrasou o contrarrelógio em várias frentes, mas a análise forense prometida na campanha eleitoral já está em curso. O arranque até estava previsto para mais tarde, mas O JOGO sabe que a auditoria já proporcionou várias descobertas, que serão expostas aos sócios previsivelmente em outubro. Em março, Villas-Boas apontou à bilhética e às transferências da equipa B, mas é possível que a análise acabe por abranger outros capítulos do passado financeiro da sociedade desportiva.

E a vertente económica, como se perspetivava, é o que tem dominado os esforços no último mês, porque também dela depende o sucesso desportivo. Assim, a SAD trabalha em vários campos para uma das grandes metas a curto prazo: cumprir o controlo financeiro da UEFA. A ameaça de exclusão por uma época das provas europeias, caso não se cumpram requisitos de solvência, foi uma bomba que caiu ainda antes da tomada de posse na SAD e obriga a diversos cuidados. Além dos contactos com o organismo, o FC Porto tem renegociado dívidas a clubes - o Boca Juniors, por exemplo, foi um dos que se queixou de pagamentos em atraso, no caso por Alan Varela - entre outras obrigações vencidas que têm surgido.  

Ao mesmo tempo, José Pereira da Costa, CFO do FC Porto, também tem conversado com a Ithaka sobre a exploração do negócio do Dragão - 65 milhões de euros por 30% de uma futura empresa do Grupo FC Porto, num período de 25 anos - e abordado a banca para a incontornável renegociação da dívida. Processos mais complexos e a longo prazo, num plano que também prevê fazer melhor uso dos fluxos de caixa que serão criados, não só a partir de algum alívio na massa salarial, mas também do crescimento da marca. Relembre-se que, só nos três dias que sucederam à vitória de Villas-Boas nas eleições, o FC Porto abraçou mais de 2500 novos sócios. Claro que, ainda dentro da pasta das finanças, a venda de ativos do plantel é inevitável, mas o Europeu e a Copa América provocam dois efeitos díspares: os dragões têm vários jogadores em montras privilegiadas, mas o facto de as provas ainda estarem em curso põe o mercado em suspenso e atrasa o efeito dominó.

Reforços identificados para investida cirúrgica
Aqui entramos já no campo desportivo. O JOGO sabe que os alvos aprovados pelo treinador Vítor Bruno já estão identificados e os azuis e brancos aguardam pelo timing ideal para arrancar um ataque que será cirúrgico, a bem do controlo rigoroso da despesa. A saída de Pepe e as lesões de Marcano e Zaidu, desde logo, colocam o setor defensivo como prioritário na lista de compras. 

Principais medidas 
-Negociada a saída de Sérgio Conceição, Vítor Bruno foi o escolhido para treinador

-Análise forense em curso. Apontada inicialmente à bilhética e equipa B, pode abranger outros capítulos

.Depois de muita polémica, que incluiu um cheque em branco passado pela anterior Direção, SAD comunicou falta de condições para prosseguir com a Academia da Maia

-Pedro Silva, José Tavares, José Maia e José Manuel Ferreira  juntam-se a Jorge Costa e completam a direção desportiva, liderada por Zubizarreta

Desafios
-Cumprir os controlos financeiros da UEFA,perante a ameaça de exclusão das provas europeias

-Renegociar a dívida com a banca e o acordo com a Ithaka para a exploração do negócio do Dragão

-Renogociar dívidas com outros clubes e agentes desportivos

-Reduzir a massa salarial

-Garantir um plantel competitivo entre a venda de ativos e contratações cirúrgicas

-Avançar em definitivo para o projeto da academia - projeto do CAR em Gaiacontinua válido