Médio ex- Sporting é uma das principais referências do Leixões, que ainda não conhecem o sabor da derrota neste arranque de temporada na Liga Revelação
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A história de Amadu Baldé é daquelas que sublinham que o futebol continua a ser um jogo de sonhos. Aos 20 anos, o médio do Leixões começa a destacar-se na Liga Revelação, mas o caminho que o trouxe até Matosinhos não foi curto, nem simples.
Natural da Guiné-Bissau, Amadu chegou a Portugal em 2019 para disputar um torneio. Foi nesse palco improvisado que chamou a atenção do Real SC, que não hesitou em apostar no seu talento. Pouco tempo depois, o Sporting bateu à porta e investiu 200 mil euros na contratação. Esta época, assinou pelo Leixões e começou a escrever um novo capítulo na carreira.
Amadu vive a primeira temporada nos bebés do Mar e sentiu-se rapidamente em casa. O Leixões apresentou-lhe um projeto sólido e o convite não gerou hesitações. “Adoro a cidade de Matosinhos. O clube queria-me muito e isso aliciou-me bastante. Trataram-me bem, fui recebido de braços abertos”, confidencia. O médio já marcou o primeiro golo e conquistou o seu espaço. “Estou muito feliz e confiante. Já mostrei ao que vim: ajudar este emblema”.
Na Série A da Liga Revelação, o Leixões soma cinco pontos em três jogos - dois empates e uma vitória -, mantendo-se invicto. Um arranque que espelha a identidade do grupo. “Estamos bem, sinceramente. Temos trabalhado muito e vamos continuar em busca dos nossos objetivos. O segredo é que somos muito unidos e solidários, e isso faz toda a diferença”, sublinha. Em campo, Amadu descreve-se como um médio rápido, agressivo, com visão de jogo e qualidade de passe. Tem plena consciência do que já oferece, mas também do que ainda pode evoluir. “Sei o que posso dar e o que tenho de melhorar. Quero trabalhar nos sub-23 para conquistar um lugar na equipa principal brevemente”, garante o médio, que trabalha esporadicamente às ordens de João Nuno Fonseca. No horizonte, há ainda um sonho com raízes profundas: vestir a camisola da seleção da Guiné-Bissau. “É um sonho bem vivo representar o meu país. Vou lutar por isso”, confessa.
Saudade não trava ambição
A história de Amadu Baldé também tem o lado de quem vive longe dos seus. A mãe continua na Guiné-Bissau, já o pai trabalha na Bélgica. As saudades acompanham o médio, mas não o travam. “Tenho muitas saudades e por vezes é muito difícil, claro. Mas é isto que quero para a minha vida e nunca vou deixar de acreditar. Sei que um dia vou ser recompensado”, garante.