
Romagnoli, ex-colega e ídolo de infância do 99, e o treinador Daúto Faquirá falam a O JOGO da afirmação - e transformação - do criativo nos últimos jogos, nos quais passou a aliar a intensidade ao talento
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O sucesso crescente de Alan Ruiz com a camisola verde e branca era uma questão de tempo e de maior quilometragem por jogo, defendem Leandro "Pipi" Romagnoli (ex-jogador dos leões, ex-colega no San Lorenzo e ídolo de infância do camisola 99) e Daúto Faquirá (treinador e analista). O talento nunca esteve em causa e ficou patente até na fase inicial do argentino em Portugal, mas só agora, graças a maior dinamismo, solidariedade e intensidade, está a ser finalmente aproveitado e potenciado, com o 99 a crescer também na vertente da finalização: os três golos apontados nos últimos três jogos foram obtidos em apenas cinco remates.
"Fazia um jogo à parte dos colegas, não participava tanto e só se revelava quando o jogo ia ter com ele", lembra Daúto Faquirá, que compara com o ciclo recente de boas exibições: "A intensidade aumentou, movimenta-se mais em função dos colegas, está com mais capacidade para procurar os espaços. Está mais adaptado e com melhor entendimento do futebol europeu. Melhorar pressupõe tempo. Aumentando ainda mais a intensidade, pode tornar-se melhor."
Romagnoli, que esteve em Alvalade de 2006 a 2009, revela que chegou a ser o mentor de Alan Ruiz quando coincidiram no San Lorenzo. "Partilhávamos a mesma posição, pelo que sempre tentei aconselhá-lo e dar-lhe dicas para continuar a crescer", recorda a O JOGO. O argentino considera que o compatriota e amigo "tem todas as condições para triunfar na Europa": "É um jogador com grande técnica, com bom domínio de bola e que faz coisas diferentes. Além de criar jogo e assistir, chega ao golo. Vi o que marcou ao FC Porto, com um remate forte e de meia distância, que é uma característica que o distingue."
O momento atual de Alan Ruiz, finalmente a corresponder à grande aposta do Sporting (custou 8,8 Meuro) e à insistência de Jesus, é, para Romagnoli, resultado de um "potencial enorme que poderá explorar da melhor forma à medida que ganhe confiança."
