Desde 1958 que a equipa do Sporting não desperdiçava três situações de vantagem no mesmo jogo.
Corpo do artigo
Na Pedreira, o Sporting desperdiçou por três vezes a vantagem no marcador, permitindo a recuperação do Braga em outras tantas ocasiões, até ao 3-3 final.
Uma situação já de si invulgar no futebol e ainda mais na história dos leões, uma vez que, nos últimos 60 anos, nunca se tinha verificado.
Para encontrar caso semelhante é preciso recuar até 21 de setembro de 1958, a última vez em que alguém tinha feito a mesma desfeita aos verdes e brancos. Curiosamente, o adversário foi também o Braga, em partida realizada no Estádio José Alvalade, com triunfo final dos arsenalistas por 4-3.
Tal como agora, o Sporting esteve a vencer por 1-0, 2-1 e 3-2, mas permitiu sempre o empate, com uma diferença. Após o 3-3, o Braga fez ainda mais um tento, chegando ao triunfo. Coincidência foi o facto de, como agora, estar a jogar-se a fase inicial do campeonato (segunda jornada) e, também, a realização de um FC Porto-Sporting no horizonte: nessa altura foi logo na jornada seguinte, enquanto agora o Sporting tem uma partida com o Rio Ave pelo meio. Contra os azuis e brancos, o resultado não foi o melhor para os leões, que perderam por 1-0 (golo de Hernâni aos 90') e, à terceira jornada ficavam a três pontos (cada vitória só valia dois) dos dragões, que nessa época viriam a conquistar o quinto título de campeão da sua história. Quanto ao Sporting, terminou em quarto, a dez pontos, que à contabilidade atual equivaleriam a 15.
Falhas a passar e a cruzar
Apesar das responsabilidades individuais que possam ou não ter existido nos três golos sofridos pelo Sporting em Braga, há outros factores que podem ajudar a explicar o resultado averbado. Por exemplo, os remates concedidos à equipa adversária.
Segundo o "Wyscout", plataforma digital de recolha de dados estatísticos, os bracarenses efetuaram um total de 14 tiros, registo que, na Liga Bwin, durante este ano civil de 2022, só uma equipa tinha atingido frente aos leões: o FC Porto, no Dragão, que tinha atirado 18 vezes nesse encontro que também terminou empatado (2-2).
Além desse dado, os leões podem queixar-se também de falta de inspiração nos cruzamentos, uma vez que, apesar das muitas tentativas (13 no total) só uma foi bem direcionada, merecendo correspondência por parte de um sportinguista. Foram oito por cento de acerto nos cruzamentos, constituindo-se, neste aspeto, como pior registo desde o início da última temporada na liga. Outro número negativo foi o de passes falhados (17,46 por cento), fasquia que, neste ano civil, só tinha sido pior no tal encontro citado diante do FC Porto.