Declarações de José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República de Portugal, à margem do velório de Pinto da Costa
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Pinto da Costa: “Hoje é um momento de prestar homenagem a um grande homem da cidade e da região Norte, que deixa um legado reconhecido por todos, goste-se mais ou menos, e que ao longo de muitos anos trouxe momentos de muito orgulho para a cidade e região, com afirmação internacional. É uma justa homenagem”.
O que fez Pinto da Costa: “Acompanho o que presidente da Câmara Rui Moreira também referiu, a transformação de um clube regional e que durante o seu mandato projetou o FC Porto para uma dimensão nacional e internacional. Vê-se pelas mensagens dos grandes clubes internacionais o grande legado que deixa”.
Último contacto: “Não sei dizer exatamente o último contacto que tivemos, mas vim assistir muitas vezes ao estádio a jogos, vitórias e êxitos do FC Porto, mas talvez o momento mais marcante que tive foi o famoso [golo] dos 90+2’ que fez o Kelvin e que assisti ao lado de Pinto da Costa, fica na memoria para sempre de todos os portistas. O futuro é respeitar legado, tentar fazer melhor do que ele, não é fácil e acredito que o que ele mais queria e desejaria era que conseguissem ultrapassar os seus êxitos. Ele deseja um FC Porto unido, que a cidade se continue a afirmar e que muitos sucessos venham como recompensa pelo esforço que fez durante 42 anos”.
Governo deveria ter decretado dia de luto nacional, à imagem do que fez a Câmara Municipal do Porto na cidade? “Eu não gosto de me pronunciar sobre áreas que não são as minhas. A Câmara Municipal do Porto fez muito bem em fazê-lo pela importância do legado de Pinto da Costa, que é indiscutível para a cidade, região e para a afirmação do desporto nacional em contexto internacional. Não nos devemos perder em detalhes, o governo reagiu, o Presidente da República, o primeiro-ministro, agora eu estou aqui... isso revela um momento de grande unidade em termos de reconhecimento do legado desportivo de um homem que marcou o desporto nacional”.
Pinto da Costa levou o FC Porto além-fronteiras: “Isso é indiscutível e sabemos bem a força que tem o desporto e o futebol. Se durante o mandato de Pinto da Costa houve tantos êxitos do clube em âmbito internacional, que encheram a região e o clube de orgulho e também deram afirmação internacional, isso é um legado que devemos todos reconhecer, goste-se menos ou mais da figura. Os títulos são consensuais, são inúmeros os títulos, vitórias e os momentos de orgulho e afirmação nacional e internacional, é isso que devemos salientar”.
Pinto da Costa será homenageado em contexto político? “Espero que possa haver um voto de pesar na Assembleia e que recolha a unanimidade de todos os partidos. Estou convencido disso devido a um mandato que é único e que deixa enormes momentos de orgulho para o desporto nacional”.
Pinto da Costa devia ter saído de outra forma do FC Porto? “Não me meto nisso, mas quem é indiscutivelmente portista deseja sempre o melhor para o FC Porto, era isso que ele desejava. E o melhor é que o FC Porto se continue a afirmar como uma equipa vencedora, com uma massa adepta unida, e sempre no limite máximo de prestigiar o clube, cidade, região e país”.