Agente Andy Bara aborda saída de Cardoso Varela: “O FC Porto armou um escândalo”
Agente que o FC Porto vai processar pelo alegado desvio de Cardoso Varela expôs a sua versão dos acontecimentos numa entrevista ao jornal “Sports Novosti”
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A polémica que envolveu a mudança de Cardoso Varela do FC Porto para o Dinamo Zagreb fez Andy Bara quebrar o silêncio. O empresário croata, que a sociedade liderada por André Villas-Boas prometeu processar, teve uma participação ativa na transferência e garantiu, em entrevista ao jornal “Sports Novosti”, que tudo foi realizado dentro da lei. “O meu amigo e colaborador, Robert Krajina, disse-me que viu um talento de primeiro nível mundial a jogar no FC Porto. Perguntei-lhe qual era a situação, se havia a possibilidade de o representar como agente e respondeu-me que tentaríamos por-nos em contacto”, começa por contar Bara ao jornal croata, não poupando nos detalhes na sua versão.
“Disse-nos que o seu contrato estava a expirar e que as condições que lhe ofereciam para um novo são inaceitáveis. O pai disse-nos que o FC Porto estava a pressioná-lo muito. Apercebemo-nos imediatamente de que havia um problema. Como vi que a família não estava com as melhores relações com o FC Porto, perguntei ao pai quais eram os seus planos. Ele respondeu que estava a pensar mudar-se de Portugal com a sua família, porque não podiam lidar com uma pressão tão grande. Disse-me que se surgisse algum mal entendido ou prejuízo para o FC Porto, a família terioa que pagar 3 M€, segundo esse contrato. E ao Cardoso ofereciam 400 euros por mês. O pai tinha um salário pequeno em Portugal, claro que não podia assinar um contrato assim”, sublinha o agente.
Bara, afiança, disse ao pai de Cardoso Varela que “a Croácia é um país maravilhoso, pelo que, se estivesse a pensar mudar de ambiente e de trabalho”, deveria mudar-se. “Ele respondeu: ‘Se o trabalho na Croácia for bom, se puder viver normalmente com a minha família, então vou e veremos o que acontece em termos futebolísticos em relação ao meu filho”. Disse-lhe que lhe encontraríamos um trabalho na Croácia e que ele deveria vir. Não o obrigámos a nada. Até lhe dissemos que, se renovasse contrato com o Porto, gostaríamos de continuar a ser os agentes do seu filho. Nesse momento, apesar de o seu pai estar na Croácia, o seu filho continuava em Portugal. Mas quando o pai viu como estava na Croácia, trouxe o seu filho para aqui e tentou inscrevê-lo no Dinamo Odranski Obrez, porque vive e trabalha em Odra”, relata.
A postura do FC Porto acabou por surpreender Andy Bara. “Armou um escândalo. Disse ao pai que quando o Cardoso fizesse 16 anos, podia assinar por quem quisesse, porque essas são as regras da FIFA. Disse-me que sabia, porque o seu filho tinha sido contactado pelo Barcelona, pelo Manchester City e outros grandes clubes. Por outro lado, Cardoso disse que o pai decidiria tudo”, assegura, acusando os azuis e brancos de terem pressionado a FIFA a recusar a inscrição do extremo pelo Dínamo Odranski Obrez.
“Quando isso sucedeu, dissemos às pessoas de Maksimir [estádio do Dínamo] que podiam inscrevê-lo de acordo com todas as regras e leis. No entanto, como o Dínamo não se decidiu imediatamente em dezembro de 2024, o Cardoso quase deixou Zagreb. Mas então interveio um membro do Conselho de Supervisão, Sasa Pavlicic-Bekic, que me colocou em contacto direto com o presidente do conselho de administração, Zvonimir Manenica. Manenica e eu fechamos tudo em cinco dias. O presidente da direção do Dínamo fez tudo de forma excelente, caso contrário teria perdido o Varela. Além disso, o advogado Davor Radic, em cooperação com o Dínamo, fez um grande trabalho legal, preparou o caso todo e no fim ninguém pôde dizer nada. Sem o trabalho que Radic fez como advogado do GNK Dinamo, a chegada de Varela a Maksimir não teria sido possível, não se teria completado”, referiu.