AG da FPF desta quarta-feira debate títulos na secretaria: recorde os pareceres
Três pareceres que podem mudar listagem de campeões em cima da mesa.
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A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) discute esta quarta-feira, em Assembleia Geral, três pareceres sobre recontagem de títulos nacionais, batalha que tem sido liderada pelo Sporting e que, em princípio, conhecerá agora um desfecho. O terceiro e último parecer, de resto, foi mesmo apresentado pelos leões e posteriormente admitido para o debate pela FPF, que encomendara os outros dois.
O parecer dos leões, que é subscrito por Diogo Ramada Curto e Bernardo Pinto da Cruz, investigadores do Instituto Português de Relações Internacionais, defende que Sporting devia ter 23 títulos de campeão nacional, ao invés de 19. Segundo o conjunto de Alvalade, o Campeonato de Portugal (CP), organizado entre 1921 e 1938, em formato de eliminatórias, era a competição mais importante do calendário do futebol português e, desta forma, o torneio antecedia a atual Liga e não a Taça de Portugal, pelo que o seu vencedor seria o campeão nacional de pleno direito. Em contrapartida, o clube presidido por Frederico Varandas argumenta que a Liga Experimental (LE), disputada entre 1934 e 1938, não devia coroar um novo campeão, pelo que esse estatuto seria retirado às formações que a ganharam.
Assim, de acordo com as premissas apresentadas pela turma leonina, o Sporting juntaria quatro títulos ao palmarés (referentes às conquistas do Campeonato de Portugal nas épocas de 1922/23, 1933/34, 1935/36 e 1937/38), o FC Porto totalizaria 33 em vez de 30 (mais quatro do Campeonato de Portugal e menos um da Liga Experimental), enquanto o Benfica manteria os 37 (mais três do Campeonato de Portugal e menos três da Liga Experimental). Já o Belenenses passaria a somar quatro títulos (venceu três no Campeonato de Portugal) e o Olhanense, o Marítimo e o Carcavelinhos entrariam para a lista de campeões portugueses, já que cada um deles venceu o Campeonato de Portugal por uma vez.
O parecer apresentado pelo Sporting, saliente-se, é o terceiro, sendo que os dois anteriores propõem visões distintas.
O primeiro, feito por Amândio Barros, Manuel Janeira, Ricardo Pereira e Sílvia Alves defende que as equipas vencedoras do Campeonato de Portugal (CP) entre 1921/22 e 1933/34 devem ser consideradas campeãs nacionais, tal como as que ganharam a Liga Experimental (LE) entre 1934/35 e 1937/38, ao passo que os vencedores do Campeonato de Portugal (CP) entre 1934/35 e 1937/38 ficam com esses títulos revertidos em Taças de Portugal e não em campeonatos nacionais.
Isto quer dizer que, em termos de títulos nacionais, o Benfica ficaria com 39, o FC Porto com 33, o Sporting com 21, o Belenenses com quatro e o Olhanense, o Marítimo e o Carcavelinhos com um cada um (tal como o Boavista, que foi campeão na temporada de 2000/01).
Já o segundo, da autoria de Francisco Pinheiro, entende que a Liga Experimental (LE) foi a antecessora do Campeonato Nacional e que o Campeonato de Portugal (CP) correspondia à Taça de Portugal. Assim, uma vez que a Liga Experimental (LE) já é contabilizada e reconhecida na contagem atual, não haveria qualquer alteração no número de títulos de campeonatos nacionais. O Benfica permanecia com 37, o FC Porto com 30, o Sporting com 19 e o Belenenses e o Boavista com um cada.
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